"Esse almoço acaba por nos mostrar aquelas várias facetas que compõem a verdadeira face da direita", disse Rui Tavares sobre o almoço do 51.º aniversário do PSD que reúne hoje ex-líderes sociais-democratas, entre os quais, Aníbal Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Rui Rio e Luís Marques Mendes.
À margem de uma visita a Sines, no distrito de Setúbal, o porta-voz do Livre considerou que, nestas últimas semanas, a direita está a mostrar ao país aquilo que tem sido o legado da direita, nomeadamente a "face de uma certa arrogância".
O primeiro alvo social-democrata de Rui Tavares foi o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que acusou de ter imposto a austeridade e ter ido para além da `troika´.
Já o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, o porta-voz do Livre lembrou-o pelo "seus conhecidos discursos das forças de bloqueio".
Também o ex-presidente do PSD Rui Rio não escapou às críticas de Rui Tavares, que o recordou como tendo "um lado de preponderância do executivo sobre o poder judicial".
"Nós temos que chamar a atenção ao eleitorado que, nos últimos anos, tem havido uma radicalização da direita não só em Portugal, mas no estrangeiro também. Não podemos achar que ela só existe na Argentina com o Milei [Presidente da Argentina], nos Estados Unidos com o Trump [Presidente dos EUA] ou na Hungria com o Orbán [primeiro-ministro da Hungria]", ressalvou.
Sem baixar o tom das críticas à direita, Rui Tavares referiu que, em Portugal, ela está em competição interna entre o "Montenegrismo" do PSD, o "motosserismo" da IL e as "políticas do medo" do Chega.
"Estamos aqui com uma extremização que não tem comparação com uma política de progresso, de moderação, da ecologia e de defesa da democracia", concluiu.
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