À margem da cerimónia de instalação do Conselho Estratégico do PS, que decorreu na sede do partido em Lisboa, José Luís Carneiro foi questionado pelos jornalistas sobre o difícil dia de combate aos incêndios e sobre as declarações da ministra da Administração Interna sobre a utilização dos meios aéreos.
"Neste momento apenas uma palavra de solidariedade para as forças, para os elementos da Proteção Civil, para os nossos bombeiros que, de forma generosa, altruísta, de forma dedicada, entregam as suas vidas à proteção de pessoas e bens", começou por responder.
Perante a insistência dos jornalistas, especialmente sobre a questão dos meios aéreos, o líder do PS escusou-a a comentar, justificando que pretendia "valorizar o ato" de instalação do Conselho Estratégico.
"É um ato muito relevante e seria desvalorizar as personalidades que emprestaram o seu nome a esta importante instituição que vai servir para o futuro do país, seria desvalorizar esta honra, este prestígio que estes cidadãos nos entregam neste caso, neste momento tão importante", explicou.
Mais de 2.700 operacionais, apoiados por mais de 600 viaturas, combatiam hoje à tarde 17 incêndios florestais considerados de risco elevado, indicou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Num balanço atualizado, na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, disse que foram assistidas 20 pessoas, incluindo 14 bombeiros.
A ministra da Administração Interna defendeu hoje que é irrelevante o número de meios aéreos de combate a incêndios, uma vez que o que estava a causar "dificuldade aos operacionais" nos fogos em curso eram as características do terreno.
À saída de uma reunião na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Maria Lúcia Amaral sublinhou que, olhando aos incêndios que mais afligiam as autoridades, "a existência de 72 ou 76 ou 80 meios aéreos" seria irrelevante, "porque o que causa dificuldade aos operacionais é o caráter extremamente acidental da orografia, a dificuldade de acesso".
"A complexidade das operações e do combate é tal que não ajuda nada estar a saber quantos meios aéreos temos, se faltam muitos, se não faltam muitos. E, de facto, não faltam", acrescentou.
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