O dia foi marcado por visitas a mercados, algo que não é habitual nas campanhas do Chega. De manhã, a comitiva passou no Mercado Municipal de Matosinhos, e à tarde no Mercado do Bolhão.
Quando chegou aos dois locais, André Ventura era esperado por apoiantes e dirigentes vestidos a rigor com t-shirts, cachecóis e bandeiras, candidatos a deputados, e também por um grupo de bombos e gaita de foles, para animar as ações de campanha.
Foram vários aqueles que abordaram o líder do Chega para o cumprimentar e tirar uma fotografia. Mas também houve quem não tenha conseguido chegar a Ventura e acabasse por desistir, como foi o caso de uma portista disse à Lusa que lhe ia pedir para "não ser tão malcriado na televisão".
O calendário da semana da Queima das Fitas do Porto estipula que terça-feira é dia de cortejo dos estudantes da academia e, como este ano, se misturou com o calendário da campanha, o líder do Chega cruzou-se com alguns finalistas, que levavam a tradicional cartola na cabeça e a bengala na mão.
Depois de ter dado três bengaladas a um estudante, que o envolveu com a sua capa, logo apareceu outro, dizendo ser apoiante da AD -- Coligação PSD/CDS, mas respeitante "da democracia", e até apelou ao voto nos partidos que estão no Governo.
Ainda assim, pediu a André Ventura as três bengaladas para que a sorte lhe sorria.
"A bengala é também para dar ao PS e ao PSD para não esquecerem que, se não governarem bem, nós vamos dar-lhes uma bengalada no dia 18" para "mudar o país verdadeiramente", comentou o líder do Chega.
Depois de bater na cartola do estudante, com pouca força, Ventura explicou que "não deve haver violência, são só as bengaladas necessárias para ganhar as eleições".
Na arruada em Santa Catarina, André Ventura cruzou-se com um grupo de lesados do BES, que lhe pediram que se lembre deles e a quem prometeu tudo fazer "para que recuperem o que têm a recuperar".
De manhã, André Ventura esteve no Mercado Municipal de Matosinhos, onde foi recebido por cerca de meia centena de pessoas.
À sua chegada, umas pessoas gritaram "fascista, fascista" a partir de uma janela do piso superior do mercado, palavras que foram abafadas rapidamente com gritos de "Chega, Chega, Chega" por parte dos apoiantes, e pela música de bombos e gaita de foles.
Já dentro do mercado, onde os clientes eram poucos, a interação foi maioritariamente com os comerciantes, atrás de bancas de peixe, flores ou frutas e legumes.
Durante o percurso, muitas várias as palavras de apoio e de "força", como uma senhora que disse a Ventura: "não tenha medo, nós estamos aqui" ou um homem que gritou "vai para cima deles, André".
Outra abordou-o para lhe pedir "nunca se cale, é a voz do povo, continue assim".
André Ventura ia distribuindo beijos e abraços, e tirando fotografias com quem as pedia, desde miúdos a mais graúdos.
Entre as bancas de peixe, houve também comentários à aparência do líder do Chega. À passagem da comitiva, uma peixeira comentou "é mais bonito ao vivo".
"Ele é um gato, queria um carapau destes para por aqui na minha banca", respondeu a outra.
No piso de cima, uma florista concordou, mas deixou um reparo: "Bonito é, o resto...".
Mais à frente, o presidente do Chega cruzou-se com Olga Santos, "a menina mais nova do mercado", que, perante uma cesta de tomates coração de boi, comentou que são precisos "homens com tomates" para fazer "uma mudança radical" no país.
Vendedora no Mercado Municipal de Matosinhos há 42 anos, disse à Lusa que Ventura encaixa no perfil e que gostaria de o ver como primeiro-ministro para "mandar trabalhar quem está em casa, com os rendimentos mínimos". Com o seu voto, Ventura já conta.
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