PCP questiona Governo sobre cancelamentos de encomendas a viticultores

O PCP questionou hoje o ministro da Agricultura sobre o cancelamento de encomendas de uvas a viticultores da Região Demarcada do Douro, considerando "incompreensível a passividade" do Governo nesta matéria.

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Lusa
02/05/2025 11:58 ‧ há 11 horas por Lusa

Política

PCP

Numa pergunta dirigida a José Manuel Fernandes através da Assembleia da República, os deputados do PCP Paula Santos e Alfredo Maia referem que, em abril, pelo menos cinco casas exportadoras escreveram a mais de 150 viticultores na Região Demarcada do Douro "comunicando a intenção de não lhes comprarem as uvas como habitualmente na próxima vindima".

 

"O período em que o fazem -- ainda agora se iniciou o abrolhamento da vinha --, cria, para já, um claro ambiente depressivo no mercado dos preços possíveis contratos com vista à próxima colheita", adverte o PCP, que diz estranhar o comportamento das casas exportadoras.

"Cria-se um sobressalto e intranquilidade na região, que se somam a todos os problemas que se arrastam da vindima 2023/2024, ao nível de escoamento e preços, (...) traduzidos numa significativa perda de rendimentos de milhares de pequenos viticultores", lê-se.

Perante este cenário, o PCP considera "completamente incompreensível a passividade" do Ministério da Agricultura, defendendo que, "não basta cantar loas à qualidade e bondade da exportação dos vinhos da Região Demarcada do Douro".

"Há que olhar com atenção para os problemas dos seus produtores", sustentam.

Os deputados do PCP perguntam ao ministro da Agricultura qual é a avaliação que faz desta situação e que medidas estão a ser tomadas "para atalhar tais comportamentos que inevitavelmente intranquilizam os viticultores e a Região Demarcada".

Mais de 150 viticultores do Douro receberam cartas a cancelar encomendas de uvas para este ano, o que está a gerar receio e indignação, podendo até levar a um boicote às eleições legislativas de 18 de maio.

"Está-se a iniciar a catástrofe que já tínhamos previsto na última campanha, que no ano passado foi próximo da vindima, em que as casas compradoras de uvas disseram que não queriam comprar uvas. Este ano estamos em abril e o cenário já se está a tornar negro", disse à Lusa Marinete Alves, que faz parte do Conselho Regional da Casa do Douro.

De acordo com a também dinamizadora da petição de 2024 "Salvem os viticultores do Douro", que chegou às 2.600 assinaturas, "ainda se iniciou agora o abrolhamento da vinha e [os viticultores] estão na iminência de não ter a quem vender as uvas, seja para a produção de vinho do Porto seja de vinho do Douro".

Os produtores "simplesmente não querem porque dizem que estão com 'stock'", referiu, confirmando que em causa estão cartas enviadas por pelo menos cinco produtores de vinho a mais de 150 viticultores.

Leia Também: BE, PCP, Livre e PAN defendem melhores salários para os trabalhadores

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