"Esperança e ambição foi precisamente o que não vimos nesta proposta que nos foi apresentada", afirmou Pedro Nuno Santos admitindo, contudo, que o partido terá ainda de analisar melhor as medidas anunciadas pelo executivo de Luís Montenegro, esta sexta-feira.
O secretário-geral do PS continuou, afirmando que "é preciso muita calma e cautela" na avaliação da medida, para que depois os portugueses não sejam "enganados".
"Vamos fazer uma avaliação cuidadosa, mas uma primeira avaliação rápida leva-nos a ver que os ganhos que os portugueses vão ter são apenas ganhos residuais", continuou, afirmando que "hoje se percebe melhor porque o Governo da AD tentou criar o truque de incluir na medida os 1.300 milhões do PS, pois a sua proposta não era de nenhum alívio fiscal".
Pedro Nuno Santos defendeu ainda que a medida apresenta duas visões muito diferentes sobre aquilo que são as prioridades dos dois partidos, sendo que para o PS a prioridade seria construir "um Portugal mais justo e solidário". Já na proposta da AD, acusa, "os ganhos maiores são para quem tem maiores rendimentos".
"A pouca poupança fiscal que [a proposta] concretiza é superior para os de cima", atirou, referindo-se, ainda, aos ganhos como "irrisórios".
O socialista instou ainda os portugueses a não terem "ilusões" porque a "grande promessa de alívio fiscal não aconteceu" e lembrou que hoje se voltou a comprovar aquilo que o Partido Socialista disse durante a campanha: "A candidatura da AD não é credível, as propostas da AD não são credíveis".
Pedro Nuno Santos reagiu à proposta que reduz as taxas do IRS até ao 8.º escalão, anunciada hoje pelo primeiro-ministro, à chegada ao Largo do Rato, para o almoço dos 51 anos do PS.
Luís Montenegro afirmou que a redução adicional das taxas marginais aplicar-se-á a todos os escalões até ao 8.º, defendendo que a medida significa "dizer ao país que as pessoas não são ricas a partir de 1.300 euros de rendimento líquido por mês e que com esse rendimento também precisam de ter alívio fiscal".
A proposta do Governo vai agora ser remetida para o Parlamento, que já agendou o debate para o dia 24 de abril.
[Notícia atualizada às 13h40]
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