Esta decisão foi tomada numa reunião extraordinária do Grupo Parlamentar do PS na Sala do Senado, na Assembleia da República, segundo indicaram fontes do partido à agência Lusa.
Após esta reunião, o líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, confirmou aos jornalistas esta indicação, salientando que Francisco Assis é "o melhor dos candidatos" do partido e lembrando que o Grupo Parlamentar do PS tem o mesmo número de deputados que o do PSD.
"É evidente que o PPD/PSD não conseguiu encontrar uma solução maioritária e aquilo que um partido responsável faz é oferecer à câmara um dos seus melhores. Foi líder parlamentar mais do que uma vez, foi até há bem pouco presidente do Conselho Económico e Social (CES), é um político de provas dadas", afirmou.
Brilhante Dias apelou a que "todos os outros deputados, e em particular das forças democráticas, votem num bom candidato" e, questionado porque é que o PSD faria pelo PS o que o PS não fez pelo PSD, respondeu: "Essa é uma pergunta que é inaceitável".
"O partido que quer governar é responsável por criar as condições de Governo. O principal responsável pelas soluções de governabilidade é aquele que diz que ganhou as eleições, que quer governar. Essa é uma pergunta que tem de ser feita a Luís Montenegro e à direção da bancada parlamentar", frisou.
Segundo relatos, durante a reunião do Grupo Parlamentar do PS, o secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, disse que o PSD achou que "bastava ficar quieto no seu sítio" para assegurar uma maioria e defendeu que o partido não se pode tornar no "saco de boxe" dos sociais-democratas.
No contexto de atual impasse parlamentar, o líder socialista considerou que o partido podia "ser a solução" e tinha condições para avançar com o nome de Francisco Assis, que qualificou como "um dos nomes mais consensuais" da Assembleia da República, podendo ter inclusive o apoio dos partidos à esquerda do PS.
Por sua vez, Assis ter ficado honrado com a nomeação, acrescentando que decidiu aceitá-la depois de o líder do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, ter afirmado que o PS e o Chega tinham feito uma "coligação negativa" ao chumbarem o nome de José Pedro Aguiar-Branco.
Para Francisco Assis, a sua candidatura a presidente do parlamento terá pelo menos o efeito de mostrar que a direita está unida.
[Notícia atualizada às 19h42]
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