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"Em 2019 fui eleito, em 2022 reeleito, agora não. É o jogo democrático"

As palavras são do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que fica de fora do Parlamento na próxima legislatura.

"Em 2019 fui eleito, em 2022 reeleito, agora não. É o jogo democrático"

O (ainda) Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, afirmou, esta quinta-feira, que ficar de fora do Parlamento na próxima legislatura "foi uma derrota num circo eleitoral que é tradicionalmente muito difícil para o PS".

"Em 2019 fui eleito, em 2022 fui reeleito, agora em 2024 não fui reeleito, é o jogo democrático", afirmou, em declarações à RTP3.

Santos Silva tem ainda a convicção que os episódios com o Chega no Parlamento não tiveram impacto no resultado, uma vez que "há fenómenos". "Em primeiro lugar, o incremento de um partido, quer no país, quer nas comunidades. E, depois, nos círculos ditos da emigração, dois fenómenos específicos, que foi uma votação muito anómala na Suíça - que retirou um deputado à AD - e também uma votação muito forte no Chega no Brasil - que retirou um deputado ao PS", destacou.

"Essas razões devem ser agora estudadas com cuidado, para ver o que temos de melhorar na relação com o eleitorado porque uma coisa é certa: as pessoas escolheram livremente e o que as pessoas escolhem é o que conta", destacou Santos Silva.

Ainda sobre os episódios com o Chega no Parlamento, quando questionado se faria diferente se pudesse voltar atrás, Santos Silva respondeu que se limitou "a cumprir as obrigações que o regimento determina". "Quando um deputado nesta Assembleia [da República] chama bandido a um Presidente da República de um país irmão de Portugal, isso é manifestamente injurioso e o regimento manda-me advertir o que o deputado disse - e foi o que eu fiz".

Para o presidente da Assembleia da República, "há um grupo parlamentar que se distinguiu pela frequência com que criava incidentes e não me parece que fosse digno que um presidente do Parlamento abdicasse das suas responsabilidades regimentais só para que esse grupo pudesse fazer à vontade esse tipo de atuação".

Recorde-se que terminada a contagem dos votos dos círculos da emigração, o Chega foi o vencedor das eleições no estrangeiro, obtendo 18,30% dos votos, o que garante dois deputados - um pelo círculo da Europa e outro pelo círculo Fora da Europa.

Por sua vez, a Aliança Democrática foi a segunda força mais votada (16,79% dos votos), ganhando um deputado (círculo Fora da Europa). O PS conseguiu 15,73% dos votos e um deputado pelo círculo da Europa.

Assim sendo, pelo círculo eleitoral Fora da Europa, foram eleitos José Cesário pela AD e Manuel Magno do Chega, um resultado que deixa de fora do Parlamento o atual presidente Augusto Santos Silva. Por sua vez, pelo círculo eleitoral da Europa foram eleitos Paulo Pisco pelo PS e José Dias Fernandes pelo Chega.

De acordo com o jornal Público, esta é a primeira vez que um  presidente da Assembleia da República não consegue a sua reeleição como deputado, o que poderá também representar um 'travão' a uma eventual candidatura de Santos Silva a Belém.

[Notícia atualizada às 11h44]

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