Recuo do IUC? "Medida que peca por tardia" e com "fundo eleitoralista"
A deputada do PAN teceu críticas ao Governo e ao recuo do IUC, medida que "peca por tardia". Comentou ainda a atual crise política e o futuro do PAN nas próximas eleições.
© Global Imagens
Política Inês Sousa Real
A líder do PAN, Inês Sousa Real, afirmou, esta quarta-feira, que a decisão do Partido Socialista (PS) em eliminar o aumento do Imposto Único de Circulação (IUC), prevista na proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024, "peca por tardia" e é "eleitoralista". Em entrevista à SIC Notícias, a deputada única do partido comentou ainda a atual crise política e o futuro do PAN nas próximas eleições.
"Para o PAN, esta é uma medida que peca por tardia, por um lado, mas que acaba por ter um fundo eleitoralista. O PS veio muito tarde dar a mão àquilo que era uma medida, que sobre uma pretensa preocupação ambiental, procurava onerar os mais desfavorecidos ao invés de tocar, por exemplo, nas isenções sobre os produtos petrolíferos e as borlas fiscais que continua a dar neste Orçamento do Estado", considerou.
A deputada única do PAN afirmou "ser curioso" que o Governo tenha "deixado cair" uma medida "que dizia ser uma preocupação ambiental" e não tenha, "em contrapartida, anunciado que está disponível para aprovar" outras medidas, como a gratuidade de passes para jovens até aos 25 anos.
Apesar do recuo do PS, o Orçamento do Estado "ainda tem um longo percurso a fazer", considerou Inês Sousa Real, sublinhando a necessidade de "reduzir a carga fiscal para as famílias" e de existir "mais ambição" do Governo no que toca à Habitação.
"Não fazia sentido que houvesse a nomeação de um novo ministro"
Questionada sobre o facto de o primeiro-ministro demissionário, António Costa, ter assumido as funções de ministro das Infraestruturas, após a demissão de João Galamba, a deputada afirmou que "não fazia sentido que num governo demissionário houvesse a nomeação de um novo ministro".
Ainda sobre a Operação Influencer e a queda do governo, Sousa Real reiterou a necessidade de suspender todos os projetos de hidrogénio, enquanto decorre a investigação judicial.
Mário Centeno "devia estar mais preocupado com as taxas de juro do que em vestir a camisola do PS"
Já sobre o parecer da Comissão de Ética do Banco de Portugal, que considerou que o governador Mário Centeno cumpriu os deveres gerais de conduta, após ter sido nomeado por António Costa para o substituir no cargo, a deputada frisou que, "por princípio, o PAN tem defendido sempre não devem existir portas giratórias entre cargos políticos e cargos que têm a tutela e superintendência de uma série de instituições".
"Neste momento, [Mário Centeno] devia estar mais preocupado com aquilo que é o impacto da subida das taxas de juro na vida dos portugueses do que propriamente em vestir a camisola do Partido Socialista", atirou. "Todo este processo veio demonstrar que não há uma total independência".
Legislativas? "Queremos continuar a merecer a confiança dos portugueses"
Agora, com eleições marcadas para 10 de março, o PAN tem como objetivo recuperar o grupo parlamentar que perdeu nas últimas legislativas.
"Queremos, acima de tudo, continuar a merecer a confiança dos portugueses, continuar a representar as causas que até aqui temos conseguido dar voz na Assembleia da República. Mesmo com uma deputada única, o PAN tem sido o partido da oposição que mais iniciativas legislativas tem conseguido fazer aprovar", frisou.
Lembrando que o partido "põe sempre em primeiro lugar os interesses dos portugues", a líder do PAN não negou a possibilidade de poder viabilizar um governo através de uma coligação, reiterando, contudo, que tem uma "linha vermelha": o Chega.
Chega é "linha vermelha" para viabilizar um governo
"Aquilo que temos traçado sempre como linha vermelha é que nós não fazemos acordos nem viabilizamos governos que tenham forças populistas antidemocráticas", afirmou, confirmando estar a referir-se ao partido liderado por André Ventura.
Quanto a um possível acordo com o Partido Social Democrata e a Iniciativa Liberal (IL), Sousa Real defendeu que precisava de conhecer o programa dos partidos, mas deverão, "desde logo", ter uma "agenda humanista e de direitos humanos", ambiental e de reforço da transparência.
"O PAN coloca em cima da mesa dar resposta aos portugueses e apresentar-se como uma alternativa. Essa é a nossa grande preocupação", frisou, quando questionada sobre a possibilidade de acordos à Esquerda ou à Direita.
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