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"O Rui Rocha e a IL já condenaram os crimes de guerra em Gaza?"

Depois de uma troca de acusações, Pedro Filipe Soares voltou a criticar a Iniciativa Liberal.

"O Rui Rocha e a IL já condenaram os crimes de guerra em Gaza?"
Notícias ao Minuto

09:55 - 18/10/23 por Carmen Guilherme com Lusa

Política BE

Continua a troca de acusações entre Bloco de Esquerda (BE) e Iniciativa Liberal (IL) em torno do conflito no Médio Oriente. Esta quarta-feira, o líder do grupo parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, recorreu às redes sociais para criticar o silêncio da IL sobre "os crimes de guerra que estão a acontecer em Gaza". 

"O Rui Rocha e a Iniciativa Liberal já condenaram os crimes de guerra que estão a acontecer em Gaza? Já condenaram a punição coletiva que está em curso? Passou mais um dia e ainda não vi a defesa dos direitos humanos e do direito internacional. Vai ser hoje?", questionou o bloquista, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter), num dia em que o ataque a um hospital em Gaza, na terça-feira, provocando centenas de mortos, se encontra no centro da discussão.

De realçar que, nos últimos dias, BE e PCP foram alvo de críticas por parte da direita após a sua posição sobre o massacre de civis pelo Hamas em Israel. 

Há exatamente uma semana, o tema era discutido no parlamento e o debate ficou marcado por uma troca de acusações entre IL e BE. 

O líder da IL, Rui Rocha, foi o primeiro a tocar no tema, acusando PCP e BE de "defenderem os ditadores mais execráveis", e dizendo que "os atos terríveis perpetrados pelo Hamas" não tinham merecido "ainda uma única palavra de condenação, nem do BE nem do PCP".

O líder parlamentar bloquista pediu de imediato a defesa da honra da bancada, acusando Rui Rocha de mentir.

"Foi mentira quando acusou o BE de não ter dito nada para condenar o Hamas. É falso, senhor deputado, leia os jornais, é falsa a sua palavra, é uma mentira e o senhor mentiu deliberadamente, o que faz de si um mentiroso, e não é um mentiroso político, é um mentiroso nos factos", atirou.

Na altura, os partidos chegaram a algum consenso, pelo menos na condenação das mortes de civis, mas as opiniões continuam a divergir contra o conflito. Note-se que PS, PSD, Chega, IL e PAN reconhecem o direito de Israel se defender, enquanto o PCP, Bloco e Livre têm sublinhado o direito à autodeterminação da Palestina. Ainda assim, na última semana, e com o desenrolar do conflito, nomeadamente os constantes ataques de Israel à Faixa de Gaza, várias foram as vozes - das diferentes alas - que vieram dizer que Israel não pode violar o direito internacional.

Recorde-se que a Faixa de Gaza está cercada desde que o grupo islamita Hamas fez uma incursão sem precedentes Israel em 7 de outubro, matando civis e militares. Desde então, Israel tem bombardeado Gaza e tudo indica que poderá fazer uma ofensiva terrestre contra o Hamas.

Na Faixa de Gaza, o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave já provocou pelo menos 3 mil mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos.

Ontem, o ataque a um hospital, onde muitos habitantes de Gaza se refugiaram para escapar aos bombardeamentos israelitas, provocou reações contra o Estado judeu em todo o mundo.

O Exército de Israel insistiu que a explosão não foi causada por fogo israelita mas por foguetes da Jihad Islâmica, que já negou estas acusações.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo movimento Hamas, divulgou na terça-feira que pelo menos 500 pessoas foram mortas num ataque que atribuiu a Israel.

A Igreja Episcopal de Jerusalém, que administra o hospital atingido, condenou um ataque brutal ocorrido "durante os ataques israelitas", denunciando um "crime contra a humanidade".

Diversos hospitais da Cidade de Gaza tornaram-se local de refúgio para centenas de pessoas, na esperança de serem poupados aos contínuos bombardeamentos e após Israel ter ordenado a todos os residentes da cidade e áreas circundantes que se retirassem para o sul da Faixa de Gaza, e que diversas organizações internacionais consideraram impossível de concretizar por envolver mais de um milhão de habitantes.

Leia Também: "Nada justifica estas atrocidades". BE condena ataque a hospital em Gaza

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