A deputada eleita pelo PAN na Madeira, Mónica Freitas, reiterou, esta quarta-feira, que o acordo de incidência parlamentar assinado pelo partido com a coligação PSD/CDS encabeçada por Miguel Albuquerque foi “ponderado seriamente”, apelando, por isso, a que o eleitorado “tenha paciência e confie no trabalho”.
“Estamos conscientes da responsabilidade e do desafio que temos pela frente, [mas] estamos prontos para o trabalho que vamos desenvolver. Temos noção do acordo que foi assinado; foi algo que foi ponderado seriamente, o qual enquanto equipa estivemos reunidos e muito conscientes daquilo que temos para fazer”, salientou Mónica Freitas, após a audição com o representante da República para a região autónoma da Madeira, Ireneu Cabral Barreto.
A responsável ressalvou que o partido ouviu “as pessoas e aquilo que tinham para dizer, inclusivamente o eleitorado”, ao qual pediu para que “tenha paciência e que confie no [seu] trabalho”.
Face às declarações do atual porta-voz regional do PAN, Joaquim Sousa, que considerou que o acordo estabelecido com a coligação PSD/CDS é ilegítimo, também esta quarta-feira, Mónica Freitas recordou ser “a deputada eleita”, justificando, por isso, que “o acordo foi assinado com toda a legitimidade das pessoas que tinham o poder para o fazer”.
“As pessoas que aqui estão são todas membros da comissão política regional. Sabemos e já admitimos que Joaquim Sousa continua a ser o porta-voz regional, mas são questões a nível interno, que estão a ser tratadas”, disse, ao mesmo tempo que ressalvou que “o próprio afastou-se do partido e das questões do partido já desde antes da campanha eleitoral, no âmbito da substituição enquanto cabeça de lista”.
E prosseguiu: “O bom senso há que reinar e, se uma pessoa está afastada destas questões, é normal que não seja convocada. O que interessa ao PAN e o nosso foco é mantermo-nos fieis àquelas que são as nossas causas. Temos legitimidade para o fazer, e vamos fazer aquilo que sempre temos feito, com consciência e com ponderação.”
A deputada eleita pelo PAN no sufrágio de domingo apontou que esta situação “já vem desde a altura da substituição”, o que, na sua ótica, não afetou a confiança do eleitorado.
“O eleitorado vota PAN, tem noção de quais são os princípios e valores do PAN, e o eleitorado também se identificou com a nova candidatura, com a nova lista, e deu o voto de confiança à nova cabeça de lista, que sou eu”, disse, garantindo que o partido está “muito grato por ter esta oportunidade de voltar a ter representatividade no parlamento” que era o seu objetivo.
Na terça-feira, Mónica Freitas anunciou que o seu partido assinou "um acordo de incidência parlamentar" durante quatro anos com o PSD/CDS, que permitirá a "concretização das medidas do PAN", ainda que nenhum membro do partido venha a assumir qualquer função governativa ou secretaria.
De notar que, segundo os resultados oficiais provisórios, a coligação Somos Madeira venceu no domingo as eleições legislativas regionais com 43,13% dos votos, ainda que tenha falhado um deputado a maioria absoluta, para a qual é necessário ter 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago.
Por seu turno, o PS elegeu 11 deputados, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
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