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BE acusa Costa de mentir quando fala em "economia mais qualificada"

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda acusou hoje o primeiro-ministro de faltar à verdade quando fala numa "economia mais qualificada", sustentando que foram destruídos mais de 100 mil postos de trabalho de licenciados no último ano.

BE acusa Costa de mentir quando fala em "economia mais qualificada"
Notícias ao Minuto

19:09 - 20/07/23 por Lusa

Política Estado da Nação

"O país ouviu o Governo dizer que hoje temos uma economia mais qualificada. E a pergunta é desde que este governo entrou em funções, há pouco mais de um ano, a economia está mais qualificada, como disse o senhor primeiro-ministro? A resposta é não", afirmou Pedro Filipe Soares.

O líder parlamentar bloquista falava durante uma intervenção de fundo no debate sobre o estado da nação, que decorre esta tarde na Assembleia da República.

"É uma mentira o que o senhor primeiro-ministro nos veio cá dizer hoje, é uma mentira esta propaganda do Governo", acusou, referindo que "ao longo do último ano, 105 mil empregos de pessoas licenciadas foram destruídos".

Pedro Filipe Soares considerou igualmente que o executivo "não cuida" do emprego ou da habitação e "entendeu que o país devia empobrecer".

"Quem acha que é contra o trabalho que se faz uma governação, como está a fazer este Governo, é que está a destruir o futuro do país", defendeu, apontando que "não há economia qualificada sem trabalhadores qualificados, e não há trabalhadores qualificados sem salários dignos, sem justiça na economia".

O deputado do BE considerou que "não é uma política de empobrecimento, como a que este Governo está a levar por diante, que traz resultados como aqueles que promete" e indicou que "podia ser diferente" e "há alternativa".

"Não é na direita que há alternativa, é à esquerda, quem luta pelo trabalho, pelo futuro, pela dignidade, e esse é o futuro do país", defendeu o deputado do BE.

Também numa intervenção de fundo durante o debate do estado da nação, a deputada Alma Rivera, do PCP, afirmou que "o Governo fala de crescimento e resultados económicos animadores, mas isso não chega à vida das pessoas".

"Aquilo que se sente não é crescimento, é aperto", salientou, considerando que "aumenta tudo e só os salários e as pensões não acompanham".

Concordando que "não tem de ser assim", a comunista apontou que "o país não está condenado, está é mal governado pelas políticas que unem PS, PSD, CDS, CH e IL" e "refém dos fretes aos grupos económicos e às multinacionais, submetido a regras da União Europeia contrárias ao interesse nacional.

"Querem que acreditemos que não há alternativa a este estado de coisas, querem que acreditemos que a escolha é entre a política de direita mascarada de esquerda do PS ou a política de direita descarada de PSD, CDS, IL ou CH, mas uma alternativa existe e depende da força do povo, depende também da força com que o PCP conta para defender os interesses do povo", defendeu.

A porta-voz do PAN considerou que o governo "está em hibernação" e alertou que casos como o da antiga secretária de Estado Alexandra Reis, "que pôs a descoberto a facilidade com que se derretem dinheiros públicos numa gestão danosa e lesiva do interesse público", contribuem para "o erodir da confiança nos políticos, das instituições e no sistema democrático".

O deputado único do Livre evocou a memória do historiador José Mattoso, fazendo referência a uma obra intitulada "Identificação de um país" que "fala da diferença entre o norte cristão e o sul árabe".

"Apenas estão contra a formação desta nação aqueles que recusam a capacidade que ela teve sempre de misturar povos diferentes: antes, judeus, cristãos e muçulmanos; hoje, aqueles que recusam que no Portugal de amanhã, e do Portugal de amanhã, farão parte nepaleses, paquistaneses, ucranianos, brasileiros e cabo-verdianos", disse, ouvindo protestos da bancada do Chega e sendo aplaudido pelo PS.

Leia Também: AO MINUTO: "Portugal está melhor", mas partidos apontam "empobrecimento"

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