"Insistir" na extradição de Assange "é ser conivente com atrocidades"
De recordar que o Tribunal Superior de Londres rejeitou o recurso de Assange contra a sua extradição para os Estados Unidos, avançou na sexta-feira a imprensa internacional.
© Getty Images
Política Marisa Matias
A eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, defendeu na terça-feira que "insistir na extradição e condenação de Julian Assange é ser conivente com as atrocidades reveladas pela WikiLeaks e com as tentativas de as encobrir".
Esta posição foi veiculada pela bloquista na rede social Twitter, onde deu conta, por via de uma publicação, de uma iniciativa de apelo "à libertação e ao fim da perseguição de Assange", que decorreu em pleno Parlamento Europeu.
Em causa está uma ação promovida pelos deputados do PCP no Parlamento Europeu, João Pimenta Lopes e Sandra Pereira, apelando à libertação e não extradição de Julian Assange.
Os mesmos deputados propuseram ainda, recentemente, numa sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o agendamento urgente de um debate sobre a situação de Julian Assange e a sua possível extradição para território norte-americano.
De recordar que o Tribunal Superior de Londres rejeitou o recurso de Assange contra a sua extradição para os Estados Unidos, avançou na sexta-feira a imprensa internacional.
O magistrado Jonathan Swift também rejeitou, numa decisão paralela, que o jornalista de 51 anos possa recorrer de partes de uma decisão de janeiro de 2021, que indeferiu a sua extradição por considerar que apresentava risco de suicídio.
Volto a repetir: insistir na extradição e condenação de #JulianAssange é ser conivente com as atrocidades reveladas pela @wikileaks e com as tentativas de as encobrir.
— Marisa Matias (@mmatias_) June 13, 2023
Uma vez mais, a partir do PE apelamos à libertação e ao fim da perseguição de Assange. #FreeAssangeNOW pic.twitter.com/BCPa8c4Glp
A única opção que resta aos advogados de Assange é tentar apelar da decisão do juiz Jonathan Swift.
Se os dois juízes acabarem por rejeitar o recurso final, a única alternativa seria levar o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Julian Assange está em prisão preventiva na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, desde que foi expulso da embaixada do Equador em Londres em 11 de abril de 2019, após Quito retirar o seu asilo político.
O australiano está retido no Reino Unido há quase 13 anos, apesar de não ter sido condenado por qualquer crime.
Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange enfrentará acusações de 18 supostos crimes de espionagem e invasão de computadores por revelações no seu portal WikiLeaks.
Se condenado, o jornalista poderá enfrentar uma sentença de 175 anos atrás das grades, embora o governo dos EUA já disse pretender uma pena de entre quatro e seis anos de prisão.
[Notícia atualizada às 15h11]
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