TAP? "Triste espetáculo... E ainda a procissão vai no adro"

Bernardino Soares fala em estupefacção após "revelações" feitas na comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.

Bernardino Soares, Presidente da Câmara de Loures

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Carmen Guilherme com Lusa
05/04/2023 08:50 ‧ 05/04/2023 por Carmen Guilherme com Lusa

Política

TAP

O comunista Bernardino Soares considerou, esta terça-feira, na sequência da audição de Christine Ourmières-Widener na comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, que a “sucessão de revelações” que foram sendo feitas refletem “uma falta de respeito institucional por uma empresa muito importante”. 

“Eu acho que tudo isto é um triste espetáculo, uma falta de respeito institucional por uma empresa muito importante que é a TAP. Uma confusão entre o papel de ser governante e a relação que se deve ter efetivamente com a administração de uma empresa pública, confusão entre o PS e o Governo e a TAP", começou por dizer o antigo autarca de Loures, em declarações na CNN Portugal.

E acho que todos nós ficamos estupefactos a ver esta sucessão de revelações. E ainda a procissão vai no adro”, ressalvou, remetendo para o facto de ainda faltarem ser ouvidas muitas outras personalidades. 

Contudo, “o que parece mais decisivo” para o comunista, é a forma como foi tratada a companhia aérea. 

O que me parece mais decisivo e que acaba por passar um pouco despercebido no meio deste episódio (…) é a forma como foi tratada a TAP”, notou.

O poder político sempre lidou foi com a TAP como uma empresa que, sendo pública, era gerida com vista à sua privatização. E isso fez com que tomassem decisões dramáticas”, criticou.

Recorde-se que a ainda presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, foi a terceira personalidade de uma lista de cerca de 60 a ser ouvida nesta comissão parlamentar de inquérito, que foi constituída por iniciativa do Bloco de Esquerda. Numa longa audição, na qual se emocionou, a gestora disse ser um “mero bode expiatório”. Já sobre a sua demissão, afirmou que foi afastada por justa causa “por evitar ceder às pressões” para se demitir e que soube do seu afastamento pela televisão.

O Governo anunciou, em 06 de março, que a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) tinha concluído que o acordo celebrado para a saída antecipada de Alexandra Reis da TAP era nulo e que ia pedir a restituição dos valores.

Os ministros das Finanças e das Infraestruturas anunciaram também a exoneração com justa causa da presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, e do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja.

A verificação pela IGF da legalidade da indemnização paga a Alexandra Reis foi determinada em 27 de dezembro do ano passado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Em dezembro, Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro, tendo então estalado a polémica sobre a indemnização que recebeu quando saiu da companhia aérea detida pelo Estado, levando a uma remodelação no Governo, incluindo a saída de Pedro Nuno Santos, que foi substituído por João Galamba.

Alexandra Reis é ouvida na comissão de inquérito esta quarta-feira.

Leia Também: Secretário de Estado pressionou CEO da TAP a mudar voo de Marcelo

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