Na intervenção de fundo da bancada do PS na reta final do debate do estado da nação, no parlamento, Eurico Brilhante Dias considerou que desde que Luís Montenegro é primeiro-ministro "o país está pior", acusando-o de ter aterrado "no colo" do líder do Chega, André Ventura.
"Este é o estado da nação. A AD construiu com o Chega um bloco de Direita. Um bloco radical que não olha para as medidas que toma", condenou, assegurando que o PS é a alternativa "credível, moderada e central".
Um dos pontos que mereceu mais críticas do líder parlamentar do PS foi a saúde.
"Senhora ministra da Saúde, com sorte ainda acaba presidente da CP. Os veículos também andam sobre carris como no caso do Metro, onde se albergou a sua ex-colega e ex-secretária de Estado da Saúde. É a meritocracia à moda da AD. Um prémio pela mais profunda incompetência. Uma imoralidade", condenou.
Já na sua última intervenção, André Ventura defendeu que "há hoje uma nova maioria em Portugal e há um novo diálogo democrático em Portugal".
"Há uma maioria que exige agora mudança e que não deixará mais a frouxidão e a mansidão de se submeterem permanentemente aos interesses ideológicos e políticos", afirmou o presidente do Chega, salientando: "Habituem-se, porque nós viemos para ficar".
O presidente do Chega dirigiu-se a Brilhante Dias para afirmar que no seu colo "não esteve nem Luís Montenegro como primeiro-ministro, nem nenhum ministro deste Governo".
André Ventura acusou o PS de dar "colo à corrupção" e considerou que o PSD deixou cair o 'D' para "ficar igual ao PS nos últimos 50 anos".
De seguida, o líder parlamentar do PS pediu a palavra para fazer a defesa da honra da bancada e referiu que "havia abundantes evidências" para tornar este debate num "julgamento de uma parte substantiva da bancada do chega" mas os socialistas escolheram não o fazer porque respeitam o "funcionamento da justiça".
"Há aqui gente que é saudosista de outros tempos. Nos outros tempos é que havia corrupção, mas ninguém era julgado", afirmou.
Já o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, considerou que o estado da Nação hoje "é bem melhor do que aquele de há um ano e incomparavelmente melhor do que aquele que tínhamos há dois anos".
O social-democrata enalteceu as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro durante o debate considerando que essas "são as certezas que resultam do debate e que interessam aos portugueses".
"Ao debate parlamentar, sobraram outras conclusões. São aquelas que menos importam aos portugueses, mas que importa também aqui concluir: entre as acusações de um PS frouxo, entre as acusações a um Chega fanfarrão, sobra mesmo a moderação da AD e um Governo que governa", rematou.
Nos pedidos de esclarecimento ao PS, Miguel Guimarães, do PSD, considerou que atualmente Portugal tem uns três D´s diferentes.
"D de demagogia do Chega, D de descaramento do PS e D de desaparecimento da extrema-esquerda", atirou.
Leia Também: Há farpas e "fanfarrões". Entre saúde e imigração, eis o Estado da Nação