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Governo quer lista de casas sem consumos? Chega questiona "legalidade"

Posição do partido surge após o jornal Público ter noticiado que o Governo vai impor às empresas de serviços essenciais que apresentem anualmente aos municípios uma lista das habitações onde não haja evidências de consumo.

Governo quer lista de casas sem consumos? Chega questiona "legalidade"
Notícias ao Minuto

23:58 - 07/03/23 por Ema Gil Pires

Política CHEGA

O Chega fez dois pedidos de parecer - um à Provedora de Justiça, outro à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) - sobre uma proposta de lei que faz parte do pacote legislativo do programa 'Mais Habitação', através da qual o Governo pretende impor às empresas de serviços essenciais que apresentem anualmente aos municípios uma lista das habitações onde não haja evidências de consumo, tal como noticiado pelo jornal Público.

À Provedora de Justiça, o Chega pediu um parecer acerca da "constitucionalidade e legalidade da elaboração e remessa aos municípios de listagens de imóveis onde não são detetados consumos de água, gás, eletricidade e telecomunicações", pode ler-se no pedido a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

Isto porque, na ótica do partido liderado por André Ventura, apesar de ser "óbvio que a realização dos direitos sociais pode significar a compressão de direitos, liberdades e garantias", é preciso "verificar-se" as "condições constitucionais da necessidade e da proporcionalidade das restrições em causa".

À Comissão Nacional de Proteção de Dados, o Chega pede um posicionamento acerca da "compatibilidade" desta medida com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). 

Para o partido, "não se verifica aqui um interesse público legítimo suscetível de comprimir os direitos fundamentais à proteção de dados pessoais e à reserva da intimidade da vida privada, pelo que esta iniciativa é suscetível de configurar uma disposição desproporcionada em violação do RGPD", argumenta o pedido.

Até agora, a lei previa já que tal comunicação de consumos por parte destas empresas de serviços essenciais pudesse ser feito, embora apenas a pedido das autarquias.

A medida, aqui contestada pelo Chega, será implementada na mesma altura em que o Executivo arranca com o novo regime de arrendamento forçado, que prevê que o Estado possa obrigar os proprietários de casas devolutas a darem uso ao imóvel.

Quanto a esta medida, também o partido tem as suas críticas, ao defender que a "a requisição de imóveis devolutos para o mercado de arrendamento habitacional pode – claramente – ser alcançado pela adoção de outros mecanismos menos penalizadores para os cidadãos e para o direito de propriedade constitucionalmente garantido".

De recordar que o pacote legislativo do programa 'Mais Habitação' está em consulta pública até 10 de março. A intenção do Governo é levar os diplomas referentes a este conjunto de medidas a Conselho de Ministros, já no próximo dia 16 de março.

Leia Também: Consumo de gás desceu, mas o de eletricidade subiu em fevereiro

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