"Para cortar pensões não é preciso ser o Ronaldo da política"
O antigo governante Mira Amaral criticou hoje o trabalho do executivo de Passos Coelho nos últimos anos, considerando que a qualidade do ajustamento não foi "famosa" e que assentou no corte de salários e pensões e na subida de impostos.
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Política Mira Amaral
"Para cortar pensões e subir impostos não é preciso ser o Ronaldo da política. Até eu conseguia fazer", afirmou aos jornalistas o presidente do Banco BIC Português, à margem da conferência "Trazer a Europa de volta ao trabalho", organizada em Lisboa pelo Banco Espírito Santo (BES) e pelo jornal Expresso.
O responsável reforçou que "a qualidade do ajustamento não foi famosa", já que não atacou de forma estrutural as gorduras do Estado, tendo incidido, pelo contrário, nos cortes dos salários e pensões e na subida dos impostos.
"O Governo cortou pensões de forma chocante", vincou Mira Amaral, considerando que a saída limpa do programa da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) "tem um custo que é pagar agora juros pelo financiamento necessário para 2015".
Questionado sobre a opção do Governo pela 'saída limpa', o gestor realçou que, na sua opinião, "era muito mais correto ter uma linha cautelar", acrescentando que tal não foi possível devido à oposição de vários países europeus.
Quanto à tendência de descida dos juros da dívida pública portuguesa, Mira Amaral disse que não é um fenómeno exclusivo do país, justificando-a com "o dinheiro que estava investido nos países emergente e voltou para os países do sul da Europa depois de se ver que o Banco Central Europeu fez tudo para salvar o euro".
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