João Cotrim de Figueiredo, que está de saída da liderança da Iniciativa Liberal (IL), respondeu esta noite de segunda-feira a António Costa, após a entrevista em que o chefe de Estado se dirigiu a Cotrim e à IL como os "queques" que quando "tentam guinchar, ficam ridículos perante o vozeirão popular que o [André] Ventura consegue fazer".
"No meio desta frase tola e mal educada há uma espécie de elogio à Iniciativa Liberal", disse em entrevista à CMTV, admitindo que, mesmo não havendo pedido de desculpas - que considera que devia ter acontecido -, "não faz muita diferença".
Para Cotrim, "uma frase destas não é dita por acaso, aquele tom não é por acaso, e dirigir este tipo de tolices à IL só pode mostrar" que o partido dá "medo e receio".
"Há qualquer coisa na Iniciativa Liberal que faz com que Costa ache que somos a verdadeira alternativa ao socialismo em Portugal", atirou.
Sobre a sua saída, diz que o partido continuará no rumo de oposição e a ser aquilo "que o está a enervar muito", que é ser uma "alternativa válida" ao socialismo.
Já no que toca aos episódios de 'irritações' do primeiro-ministro, que o próprio justificou com "sono", Cotrim assina por baixo: "Tem estado com sono e distraído em relação aos problemas de Portugal".
Com o horizonte até 2030, antecipando uma grande exposição política e de forma a justificar a saída, o liberal dá conta de que fez um balanço e que concluiu que não poderá ser ele a liderar, quer por uma questão "pessoal, quer de idade".
Depois dos rumores de que se poderia voltar a candidatar à liderança da IL, Cotrim de Figueiredo esclareceu que não tem "nenhuma intenção" de se candidatar "a um cargo público".
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