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"Quando a direita prescinde de ser democrática, cava a própria sepultura"

O socialista Porfírio Silva acusa o PSD de querer "ser o principal contribuinte líquido para a eleição de um vice-presidente do partido do protofascista para o Parlamento".

"Quando a direita prescinde de ser democrática, cava a própria sepultura"
Notícias ao Minuto

17:42 - 23/09/22 por Notícias ao Minuto

Política Porfírio Silva

Na sequência do apoio manifestado pelo PSD à eleição de um vice-presidente da Assembleia da República (AR) proposto (e rejeitado, pela terceira vez) pelo Chega, o socialista Porfírio Silva não poupou críticas ao partido encabeçado por Luís Montenegro, recordando que este foi “o principal contribuinte líquido para o chumbo da candidatura do [Iniciativa Liberal] à vice-presidência da Assembleia da República (AR)”.

Na ótica do parlamentar, tudo não terá passado de “uma vingançazinha”, originada por “uma crítica qualquer ao PSD”, que fez com que João Cotrim de Figueiredo, líder do Iniciativa Liberal (IL), não tenha obtido o apoio do maior partido da oposição na eleição para o vice-presidente da AR, no início da legislatura.

Contudo, Porfírio Silva acusou que, agora, o partido dos sociais-democratas quer “ser o principal contribuinte líquido para a eleição de um vice-presidente do partido do protofascista para o Parlamento”.

Quando a direita democrática prescinde de ser democrática, porque só lhe interessa ser de direita, cava a sua própria sepultura. O problema é que arrisca cavar também a sepultura da própria democracia. Quem hoje manda no PSD voltou a ter um único fito, ‘ir ao pote’ (para voltar à expressão que deu o rumo a Passos Coelho)”, atirou o socialista, na sua página do Facebook.

Recorde-se que, enquanto o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, anunciou que votaria contra o candidato apresentado pelo Chega a vice-presidente da Assembleia da República, e que a bancada socialista, de forma maioritária, tinha, também, expressado essa posição na reunião do grupo parlamentar, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, apelou aos deputados sociais-democratas para que votassem a favor, invocando a "prática parlamentar" que atribui esse cargo aos quatro partidos mais votados.

Mesmo antes da votação, o presidente do maior partido da oposição, Luís Montenegro, ecoou as palavras do seu líder parlamentar, salientando ter dado uma orientação no sentido de se votar favoravelmente ao nome proposto pelo partido de André Ventura por "respeito pela Democracia" e pelo "povo português", negando que tal fosse uma aproximação ao partido de extrema-direita.

"Não sei qual é o drama, não sei qual é a questão, isto não tem a ver com nenhum tipo de entendimento ou aproximação política ou partidária. Tem a ver com respeito pelas regras do jogo democrático", justificou.

Conhecidos os resultados, Joaquim Miranda Sarmento recusou que a indicação de voto favorável no candidato do Chega a 'vice' do Parlamento significasse uma aproximação dos sociais-democratas ao partido liderado por André Ventura, apontando que os grupos parlamentares têm “uma enorme diferença nos valores, nos princípios, nas propostas”.

De notar que Rui Paulo Sousa, deputado eleito por Lisboa e vice-presidente da bancada do Chega, obteve 64 votos favoráveis e 137 brancos, quando precisava de 116 votos a favor para ser eleito. Votaram 213 dos 230 deputados, numa eleição feita por voto secreto em urna.

Leia Também: Isabel Moreira: "Triste que a direção do PSD se renda à extrema-direita"

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