"Era obrigação do Governo" e de Costa "travar" caso de Setúbal
Líder do PSD destacou que relevante agora é ouvir "aquilo que o PS não quer que se oiça, e é estranho".
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Política Setúbal
O líder do PSD, Rui Rio, defendeu, esta terça-feira, que "era obrigação do Governo, e neste caso do primeiro-ministro, travar esta situação seja ao nível do estado local seja ao nível do estado central" referindo-se à polémica de acolhimento de refugiados ucranianos por russos pró-Kremlin.
"Há quase a certeza que depois da guerra o próprio IEFP fez exatamente a mesma coisa que a Câmara de Setúbal, isto um organismo da administração central que, juntamente com a Segurança Social fez idênticas parcerias com a mesma associação", sublinhou o social-democrata.
Rio destacou que relevante agora é ouvir "aquilo que o PS não quer que se oiça, e é estranho" que não queira que se ouça a "secretária-geral e o presidente da Câmara de Setúbal".
O presidente do PSD desafiou então o primeiro-ministro a explicar se sabia ou não do envolvimento de associações pró-regime russo no acolhimento a refugiados ucranianos, sem excluir um inquérito parlamentar futuro sobre o tema, que "agora não se justifica".
Rio apontou ainda a "vergonha para o país que ucranianos que estão a fugir da Rússia cheguem a Portugal e sejam interrogados por pessoas ligadas ao regime" de Moscovo, considerando que tal representa "um grosseiro falhanço do Estado".
"Nós temos uns serviços de informações que estavam a acompanhar a associação em causa [Edinstvo], esse serviço de informações informou o Governo ou não informou o Governo? Se não, obviamente incumpriu funções e tinha de haver demissões", afirmou.
No entanto, Rui Rio considerou que "tudo leva a crer" que o primeiro-ministro foi informado e "ou nada fez" ou "não valorizou as informações".
Questionado se se justifica uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso, hoje proposta pelo Chega (que sozinho não a conseguirá concretizar), Rio não excluiu essa hipótese, mas noutro momento.
"A CPI é algo que se pode colocar ou não lá mais para a frente, neste momento não se justifica, justifica-se ir por uma via mais rápida, mais simples", disse.
Rio admitiu que, caso não sejam dadas explicações públicas por António Costa, o PSD poderá apresentar um requerimento para que o primeiro-ministro compareça a uma sessão plenária específica, afastando a ideia de o chefe do Governo que possa responder numa comissão parlamentar, como pretende a Iniciativa Liberal.
Questionado se, com a suspensão dos plenários durante o Orçamento, essa sessão não ficaria apenas para junho, Rio considerou que "se politicamente houver essa urgência tudo se faz".
"Vamos acreditar que primeiro-ministro vem a público em breve esclarecer direitinho o que se passou: sabia ou não sabia e fez isto assim e assim", resumiu.
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