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Bloco de Esquerda critica quebra real rendimentos

O BE acusou hoje o Governo de, no primeiro Orçamento do Estado da maioria absoluta, propor uma "quebra real de salários e pensões", respondendo o primeiro-ministro que "qualquer aumento de salários seria uma ilusão" consumida pela inflação.

Bloco de Esquerda critica quebra real rendimentos
Notícias ao Minuto

17:20 - 28/04/22 por Lusa

Política Orçamento

"Na verdade, hoje, os seus argumentos que lhe ouvi distinguem-se muito pouco dos argumentos de sempre da direita. Na campanha prometeu uma melhoria de rendimentos, o primeiro Orçamento do Estado desta maioria absoluta garante quebra real de salários e pensões", disse a líder do BE, Catarina Martins, ao primeiro-ministro, António Costa, na primeira intervenção no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que decorre até sexta-feira no parlamento.

De acordo com Catarina Martins, os preços este ano já subiram quatro vezes mais do que os salários, o que significa que, "sem atualização que acompanhe a inflação", os salários "continuam a encolher".

"Mesmo acreditando que a inflação é transitória, o que está o Governo propõe é uma quebra real e permanente de salários e pensões", considerou.

Na resposta, António Costa contrapôs que o OE2022 "tem um conjunto significativo de medidas de melhoria do rendimento".

"Neste momento, qualquer aumento de salários seria uma ilusão que seria rapidamente consumida pela inflação que necessariamente iria aumentar por via de mais esse aumento", respondeu.

A líder do BE tinha perguntado ao chefe do executivo socialista se, como próprio Governo reconhece, "os preços não vão baixar e os salários e pensões não são atualizados à inflação" como é que "se pode concluir outra coisa deste orçamento que não uma opção do governo do Partido Socialista pela quebra permanente e real de salários e pensões em Portugal".

Catarina Martins apresentou dois exemplos para mostrar a sua tese, a de um trabalhador que ganha 1250 euros por mês e um pensionista que terá um aumento extraordinário de 10 euros, acrescentando que "até os mais pobres dos mais pobres terão perda de rendimento com este orçamento".

"Esta quebra real de rendimentos estende-se a toda a economia", condenou ainda.

O primeiro-ministro, na resposta, assegurou que o OE2022 repõe "o princípio da atualização anual dos salários da função publica", o que considerou não ser "coisa pouca".

"O que é que acontecerá no próximo ano? Veremos. Há uma coisa que garantimos: voltará a haver atualização anual de salários. qual o montante? começaremos por negociar com as estruturas sindicais no âmbito da negociação coletiva na administração pública e teremos em conta qual vai ser a evolução efetiva da inflação este ano e qual é a capacidade efetiva do Estado", comprometeu-se.

Na análise de António Costa, Catarina Martins "assume o pressuposto de que a inflação se vai manter inalterada", contrapondo que "tudo indica que esta inflação tem causas bem precisas e que são conjunturais e por isso transitórias".

Por isso, segundo o líder socialista, "qualquer aumento intercalar" de salários, como propõe o BE, "traduzir-se-ia num aumento de custos" a somar a outros que estão "a contaminar uma espiral inflacionista, agravando essa espiral".

"É isso que nós temos que evitar e é essa prudência que devemos ter", afirmou.

[Notícia atualizada às 17h50]

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