Bloco de Esquerda acusa Governo de não querer mexer nos salários
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda defendeu que o Governo deveria taxas lucros abusivos.
© Notícias ao Minuto/Anabela Dantas
Política Governo
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, reagiu à apresentação das linhas gerais do Orçamento do Estado, dizendo que as respostas são "limitadas", quando continuamos a ter em cima da mesa" custos exorbitantes com a energia".
"O Governo recusa mexer nos preços de alguns setores que se mostra estarem a aproveitar a crise para retirar lucros que não são compreensíveis", diz, elencando resultados da Galp, EDP, Pingo Doce ou Continente.
"Ainda hoje o senhor Ministro da Economia disse que não estava nos planos do Governo ter uma taxa sobre estes lucros abusivos e um retorno deste dinheiro ao Estado para depois poder distribuir às famílias" referiu o deputado, dizendo ser uma escolha inaceitável.
No final da reunião com o Governo, Pedro Filipe Soares escusou-se a divulgar o número concreto previsto pelo executivo para a taxa de inflação este ano - no Programa de Estabilidade previa-se que ficasse nos 2,9% -, mas falou numa "inflação galopante".
Questionado pelos jornalistas se tal pode significar um regresso da austeridade, como referiu o PSD, o líder da bancada bloquista não repetiu esta expressão, preferindo falar em "corte do poder de compra".
"A inflação com o aumento galopante que está a ter, em particular nos serviços e bens essenciais, é um corte no poder de compra das famílias, é um corte nos salários e nas pensões. E o Governo não agir sobre esta matéria é para nós algo incompreensível", criticou.
O Bloco de Esquerda acusou ainda o Governo de insistir em não querer mexer nos salários, e disse considerar o Orçamento do Estado para 2022 "insuficiente", não tendo o Governo entendido a pertinência de propostas do Bloco de Esquerda nas negociações.
Perante a insistência dos jornalistas sobre palavra austeridade, o líder do BE reiterou: "Mais claro do que fui é impossível, há um corte de poder de compra", criticou, salientando que o partido já propôs e insistirá num aumento intercalar de salários.
Refira-se que a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) vai ser apresentada pelo Governo na quarta-feira, conforme já confirmaram as Finanças, sendo que o documento do Governo deverá rever em baixa o cenário macroeconómico em relação ao Orçamento 'chumbado' em novembro (que levou à queda do Governo e eleições antecipadas), mantendo-se, contudo, o objetivo para o défice.
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