O líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, reagiu à apresentação das linhas gerais do Orçamento do Estado lamentando que não tenham sido apresentadas medidas mais concretas e que essas só serão detalhadas na quarta-feira. "Não sei se não sabem ou não querem dizer", disse o líder da Iniciativa Liberal à saída da reunião com o executivo.
O deputado apontou ainda que apesar da maioria absoluta, a esquerda mantém-se muito presente nas escolhas do Governo, nomeadamente com a permanência do englobamento de todos os rendimentos de IRC.
“A maior parte das opções fiscais de IRS e IRC constantes do que foi discutido em outubro vão-se manter, incluindo as que pareciam ter sido incluídas por exigência do BE e PCP. A opção bizarra do englobamento de todos os rendimentos em sede de IRC não desapareceu”, disse Cotrim Figueiredo.
O político salienta ainda a “desorientação da equipa” das Finanças e que o "Governo encara este OE2022 como uma espécie de 2021 sem grandes ondas". "As grandes decisões políticas vão ser guardadas para 2023", apontou o deputado adiantando alguma preocupação pela "esta falta de urgência" para arranjar soluções para questões como a crise energética ou o impacto da guerra.
Quanto aos cenários macroeconómicos, "há aqui grandes alterações que o Governo diz que vai querer incluir no seu cenário, mas depois não diz que implicações é que essas alterações de cenário vão ter. Mesmo com o cenário muito diferente, vai manter o objetivo do défice do orçamento em 1,9%".
De acordo com Cotrim Figueiredo, aquilo que foi dito ao partido "é que a variável de inflação que vai estar na base deste orçamento é de 4%".
Refira-se que a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) vai ser apresentada pelo Governo na quarta-feira, conforme já confirmaram as Finanças, sendo que o documento do Governo deverá rever em baixa o cenário macroeconómico em relação ao Orçamento 'chumbado' em novembro (que levou à queda do Governo e eleições antecipadas), mantendo-se, contudo, o objetivo para o défice.
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