José Lourenço, ex-líder da distrital do Chega no Porto, já foi um dos homens fortes do partido. Agora, só tem críticas a fazer ao líder André Ventura a quem, num vídeo publicado esta segunda-feira no Facebook, chamou um "político do sistema", com "boa oratória", mas que "sabe muito pouco de política" e "vive de chavões".
Nas imagens, Lourenço disse ter vindo "a terreiro" porque se sente "responsável por ter enganado, se calhar, muita gente, de uma forma completamente sem culpa", ao "fazer acreditar que o Chega era diferente". "Mas não é diferente".
E mais: "O André Ventura sabe muito pouco de política, mas mesmo muito pouco. Ele é um homem que vive de chavões, de discursos pré-concebidos. Tem uma oratória boa, sem dúvida, mas mais do mesmo, é redundante, é redutor", atacou ainda Lourenço.
"As piadas são sempre as mesmas", vincou também. "É o Chicão que tem medo no Cais do Sodré que alguém lhe peça um cigarro... Pergunto eu: é o André mais homem no Cais do Sodré que não se tremia todo se alguém lhe pedisse um cigarro? O André sem os seguranças até se atirava era ao rio Tejo", frisou, entre risos.
Mais à frente, no mesmo vídeo, José Lourenço considerou o líder do Chega um "político do sistema". "Criou este partido onde as pessoas estavam indignadas e havia a necessidade de revolta e aproveitou muito bem essa onda com um discurso muito bem conseguido e as pessoas foram atrás. Agora, sentem-se enganadas". E justificou com o facto de, de "todos os fundadores do partido, já não estar lá nenhum". "E os que estão"... "vão ser corridos".
O ex-dirigente falou ainda de Cristina Rodrigues, para dizer que a agora assessora parlamentar do partido "é a antítese de tudo o que o Chega propaga e que está no programa". "Tenho dúvidas que o André conheça o programa do Chega, porque ele não tem programa. Ele é um catavento do aeroporto. Onde estiver uma oportunidade política lá está ele".
De recordar que, em janeiro de 2021, José Lourenço, um dos 'generais' de André Ventura no Chega! e líder da Comissão Política da Distrital do Porto, demitiu-se das funções alegando "motivos de ordem pessoal". Numa mensagem publicada nas redes sociais, afirmou que saiu "de consciência tranquila" e "com o sentido de dever cumprido".
Mais tarde, em abril do mesmo ano, Lourenço foi suspenso, com a Comissão de Ética a propor que o militante fosse expulso.
Veja o vídeo na íntegra:
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