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BE pede "esquerda combativa" para quebrar ciclo que alimenta PS e Chega

O BE defende uma "esquerda combativa e mobilizadora" para quebrar o "ciclo de ressentimento e medo" que alimenta, ao mesmo tempo, o crescimento do Chega e o "poder absoluto" socialista, prometendo oposição e luta contra o "egoísmo político ultraliberal".

BE pede "esquerda combativa" para quebrar ciclo que alimenta PS e  Chega
Notícias ao Minuto

17:42 - 14/03/22 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Estas são algumas das ideias dos primeiros tópicos para a Conferência Nacional do BE, que se vai realizar em 30 abril, em Lisboa, para discutir o rumo estratégico do partido depois da pesada derrota nas últimas legislativas, um documento da Comissão Política que foi hoje enviado aos aderentes bloquistas e ao qual a agência Lusa teve acesso.

O documento divide-se em cinco grandes temas que servirão de mote para a discussão interna do partido: "A guerra na Europa", "Da geringonça à oposição", "Vivendo na Europa liberal", "Onde queremos estar em 2026?" e "Organização partidária".

"O Bloco empenha-se em diálogos amplos para a mobilização social. Quebrar o ciclo de ressentimento e medo, que alimenta simultaneamente o crescimento do CH [Chega] e o poder absoluto do PS, exige uma esquerda combativa e mobilizadora", apela.

Para o partido liderado por Catarina Martins, "a expressão em movimento de maiorias sociais progressistas exige diálogo e capacidade unitária das forças à esquerda" uma vez que a "direita continua minoritária no parlamento e no país, mas com reforço da extrema-direita e dos ultra-liberais".

"Mas nenhuma fatalidade democrática atribui à direita radicalizada um lugar no governo ou um destino de poder. O resultado combinado de CH e IL fica abaixo do alcançado em 2011 pelo CDS, que fica agora fora do parlamento", refere.

Para o BE, "a luta é contra o egoísmo político ultraliberal, destrutivo da democracia e do planeta, e pela afirmação do orgulho antifascista".

Recordando o percurso desde o período da geringonça à rutura com o PS - que coloca agora o partido como oposição ao governo de António Costa - os bloquistas acusam os socialistas de ter mantido durante a última legislatura "uma estratégia de provocação e ensaio de crise política, visando impor restrição de despesa essencial e congelamento da legislação laboral".

"O Presidente da República decidiu fazer a legislatura depender da aprovação do Orçamento para 2022, criando uma oportunidade extraordinária para a crise política que o PS desejava", acusa, considerando que a governabilidade foi o tema único da campanha, onde "as opções sobre os problemas estruturais do país foram ignoradas".

O BE, que ficou reduzido a cinco deputados, assume que parte do seu eleitorado de 2015 e 2019 engrossou "a maioria absoluta do PS, parte por adesão ao discurso do PS, outra parte sob a chantagem do voto útil contra uma maioria de direita e extrema-direita, dada pelas sondagens como eminente".

"O Bloco assumiu os riscos eleitorais do chumbo do Orçamento e da bipolarização. Aceitar a chantagem do PS teria sido abdicar da presença de uma alternativa socialista em Portugal. A alternativa existe e, como afirmado na XII Convenção, o Bloco não desiste de um espaço político amplo à esquerda que se mobiliza pelo Pão e pelo Clima. Essa disputa faz-se hoje na oposição ao governo de maioria absoluta do PS", promete.

Quanto à reorganização interna, os bloquistas assumem que "o resultado eleitoral impõe uma redução significativa do financiamento da organização", avisando que "uma estrutura menor exigirá mais agilidade, economia de esforços e maior responsabilização militante".

"O Bloco deve reforçar-se com novos mecanismos de autofinanciamento e campanhas para novos aderentes. As alterações na organização devem garantir uma atividade partidária e social de alta intensidade e preparar o próximo ciclo eleitoral: eleições regionais em 2023 (Madeira) e 2024 (Açores), eleições europeias em 2024 e eleições autárquicas em 2025", apela.

O movimento Convergência, crítico da direção do BE, condenou a semana passada a forma como está a ser feita a "reestruturação profunda" interna depois da derrota nas legislativas, que envolverá fecho de sedes e dispensa de funcionários, considerando haver violação dos estatutos.

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