De acordo com notícia avançada hoje pela TSF, o ex-presidente do Alfeite José Miguel Fernandes - que se demitiu do cargo em janeiro deste ano alegando então "motivos pessoais" -- foi contratado para assessorar a idD - Portugal Defence, a holding que gere as participações públicas nas empresas de Defesa.
O BE requer a audição do ministro da Defesa Nacional "com vista à prestação de todos os esclarecimentos sobre o assunto em causa" e refere que José Miguel Fernandes, depois da demissão em janeiro deste ano por motivos pessoais, "estranhamente" no mesmo mês, "depois de ter desempenhado funções no estaleiro durante cerca de seis meses, foi nomeado assessor na idD - Portugal Defence, precisamente a empresa holding do Arsenal do Alfeite".
"Lamentavelmente, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda tem constatado que este tem sido um 'modus operandi' recorrente por parte do Ministério da Defesa, tendo sido reportados os casos de Ana Sofia Santos, ex-assessora do Ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho e do ex-Ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes, então nomeada Diretora de Relações Internacionais na idD - Portugal Defence, bem como de Catarina Nunes, ex-assessora do Ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho, nomeada para um cargo de "coordenação de um gabinete de acompanhamento das novas políticas de defesa da União Europeia" na idD - Portugal Defence, e que eventualmente foi nomeada vogal da holding", aponta.
Para o BE, estas situações "deverão ser devidamente esclarecidas, tendo em conta que esta forma de atuação coloca em causa a transparência e seriedade que é exigida aos processos de exoneração e nomeação por parte do Ministério da Defesa Nacional".
Já o PSD, requereu também hoje a audição do presidente da idD Portugal Defence, Marco Capitão Ferreira.
De acordo com os sociais-democratas, "a reestruturação das indústrias de defesa foi anunciada sobre o pretexto de conjugar os objetivos de uma política orçamental estável e credível, consolidando o papel do Estado na gestão das participações públicas do setor".
"Sucede que, embora esta reestruturação tivesse por objetivo promover a realização do potencial das empresas com participações sociais do Estado português e geridas pela idD, casos como o da Arsenal do Alfeite S.A. têm vindo a ilustrar, com três Conselhos de Administração nos últimos dois anos e a falta de investimento crónico nas suas infraestruturas, que o trabalho que tem sido desenvolvido não se tem revelado minimamente satisfatório", critica.
Ao mesmo tempo, de acordo com o requerimento do PSD, "as sucessivas notícias que dão nota de nomeações e indigitações para cargos na idD Portugal Defence têm vindo a marcar a imagem desta agência para o público".
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