A Escola Básica de Telheiras, do agrupamento Vergílio Ferreira, está referenciada para a retirada de amianto, depois de, em dezembro de 2020, a queda de um pedaço do teto do ginásio ter deixado à vista placas de fibrocimento.

Estas placas foram retiradas em julho e, neste início do ano letivo, as crianças voltam ao ginásio, mas os pais querem a retirada do amianto também em toda a escola e pedem "um relatório que garanta que não há fissuras nas placas e que é seguro os miúdos estarem na sala de aula", sublinhou Virgínia Conde, presidente da Associação de Pais, realçando que está prometida uma intervenção na escola "lá para novembro".

"O que nós podemos fazer é chamar a atenção de alguém que nos ouça, porque, como também já disse muitas vezes, se estivéssemos aqui a discutir a marquise do Cristiano Ronaldo, agora, a esta hora, estava a sair em todos os canais de televisão, mas isto não é a marquise do Cristiano Ronaldo, então, a visibilidade é nula", disse.

O candidato João Ferreira lembrou que, ao assumir competências na área da educação, a Câmara ficou com "responsabilidades muito significativas sobre o parque escolar da cidade" e agora "não responde às necessidades".

"Depois de anos de incúria e da ausência do Ministério da Educação, temos uma situação de incúria e de ausência por parte da Câmara no que toca às infraestruturas", disse.

João Ferreira considerou que esta incúria passa também pela falta de meios humanos, sublinhando que a própria autarquia admitiu não há muito tempo que "as escolas da cidade tinham um déficit superior a 500 assistentes operacionais".

O agrupamento Vergílio Ferreira, a que pertence esta escola, é precisamente um dos que mais défices tem em relação aos rácios definidos de pessoal auxiliar, que são "já por si muito restritivos para a efetiva segurança das crianças e bom funcionamento das escolas", mas a situação repete-se "em muitas escolas de Lisboa e a Câmara vai arrastando também a contratação dos trabalhadores necessários", realçou.

O candidato da CDU à Câmara de Lisboa sublinhou ainda a situação nas cantinas, onde a câmara assumiu todo o serviço de refeições, que "é assegurado com contratação a empresas externas por preços muito baixos, que tem como consequência uma qualidade sofrível das refeições que são servidas às crianças", já que, desse valor muito baixo, estas empresas ainda têm de retirar lucro.

Por isso, a CDU propõe que "a Câmara se dote ela própria dos meios necessários" para a confeção de refeições nas próprias escolas.

"A enorme vantagem disto é que a Câmara, ao contrário do concessionário privado, pode prescindir do lucro que tem de retirar", garantindo, "com um orçamento equilibrado, uma qualidade superior", defendeu.

Esta proposta da CDU já não é nova, mas "foi inviabilizada no mandato anterior por duas vezes por parte da maioria que tem o governo da Câmara", realçou.

Além de João Ferreira, concorrem à Câmara de Lisboa o atual presidente, Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Nuno Graciano (Chega), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).

As eleições autárquicas realizam-se no domingo. 

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