A Iniciativa Liberal defende, esta quarta-feira, que a detenção do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, "deve ser entendida num conjunto de inaceitáveis exemplos de promiscuidade e sentimento de inimputabilidade entre o poder financeiro e interesses de outra natureza".
Em comunicado, o partido liderado por João Cotrim Figueiredo sublinha que, sobre a matéria, não poderia "deixar de lembrar" que o primeiro-ministro e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa integraram a Comissão de Honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do clube dos encarnados.
"[O chefe do Governo e o autarca foram] afastados pelo próprio candidato na sequência da polémica que se gerou, em mais um episódio de total incompreensão por parte de António Costa e Fernando Medina do dever de isenção e distanciamento que as suas funções lhes deveriam impor", é criticado.
A IL recorda também que, nos últimos tempos, têm sido conhecidos casos "no âmbito do sucedido com o BES, que resvalou para o Novo Banco com custos para os contribuintes", mas também envolvendo outros bancos, como por exemplo a Caixa Geral-Depósitos, e um "certo poder político".
"São várias operações que tiveram como consequência a delapidação de recursos dos contribuintes e que se inseriram num plano mais vasto e que, por consequência, deixam feridas reputacionais que dificultam a vida da maioria de empresários honestos que são também vítimas do chamado capitalismo de compadrio, que tem sido um impeditivo para que Portugal tenha uma economia livre e pujante", avalia o partido.
Assim, a IL considera ainda que "todos os factos que vão sendo conhecidos a propósito dos casos da Caixa-Geral de Depósitos, do BCP e do Novo Banco" apontam para a uma "necessidade de estender a investigação a todas as ramificações, aplicando-se a Justiça naturalmente não apenas a casos individuais, mas a todos os intervenientes com responsabilidades, incluindo os reguladores e os atores políticos envolvidos".
"A posição da IL relativamente a todos os escândalos desta natureza mantém-se inalterada, sendo essencial que o tempo da Justiça chegue com celeridade e com eficiência, contribuindo para o fortalecimento das Instituições e para uma sociedade mais transparente e mais credível"
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o empresário Bruno Macedo, José António dos Santos, conhecido como 'Rei dos Frangos' e o filho do dirigente dos encarnados, Tiago Vieira, foram detidos, esta quarta-feira, no seguimento de várias buscas.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, em causa estão crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento. Detidos deverão ser ouvidos amanhã no primeiro interrogatório judicial.
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