Ex-presidente do parlamento Reis Leite diz que qualquer solução é frágil

O antigo presidente do parlamento dos Açores e militante histórico social-democrata Reis Leite considerou hoje que as soluções que venham a ser encontradas por PS e PSD para a região serão de "governos muito frágeis".

Ponta Delgada, Açores, Portas da Cidade

© iStock

Lusa
29/10/2020 15:51 ‧ 29/10/2020 por Lusa

Política

Açores

 

"Qualquer uma das soluções que teoricamente se possam encontrar pelo PSD e pelo PS no parlamento vão ser de governos muito frágeis. Não auguro grandes soluções de viabilidade e de estabilidade para um parlamento cuja maioria é formada por uma série de partidos com programas e propostas muito diversas e, nalguns casos, contraditórias tanto para o PSD como para o PS", declarou à agência Lusa.

De qualquer forma, acrescentou, a campanha para as eleições de 25 de outubro permitiu concluir que "estavam todos de acordo, menos o PS", sobre este partido ter "deixado de ter condições para governar com estabilidade e equilíbrio os Açores".

"Vejamos agora quais são os que vão contradizer a sua opinião e estão dispostos a formar governo com o PS. Acho que isso é que é a questão", frisou o também historiador, salvaguardando que, "aparentemente", se pode estar perante um cenário de eleições antecipadas, a curto prazo.

Reis Leite referiu que se fosse há alguns anos, em 1996, "este problema também teoricamente se poderia pôr e, na altura, o PS (liderado por Carlos César) fez divulgar que nunca aceitaria uma solução em que o partido mais votado não estivesse no governo", tendo "depois mudado de ideias, introduzindo em Portugal o costume de que a maioria parlamentar é que decide".

Em 1996, o PS/Açores chegou ao poder após 20 anos de liderança do PSD, mas com maioria relativa, governando com o apoio do CDS-PP.

Nas eleições regionais de domingo, o PS perdeu a maioria absoluta nos Açores, que mantinha desde 2000, só tendo conseguido eleger 25 deputados do total de 57 parlamentares da Assembleia Legislativa Regional, com 40.701 votos (39,13%).

O PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, seguido pelo CDS-PP, com 5,51% (5.734 votos), que elegeu três deputados, além de um parlamentar em coligação com o PPM (com 115 votos).

O Chega, que teve 5,06% (5.260 votos), elegeu dois deputados, tal como o BE, que alcançou 3,81% (3.962 votos).

O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP. A Iniciativa Liberal e o PAN conseguiram 1,93% dos votos, elegendo um deputado cada.

Apesar de ter vencido as legislativas, em números absolutos o PS perdeu 2.573 votos em relação a 2016, enquanto o PSD, o segundo mais votado, cresceu, tendo obtido mais 6.301 votos do que há quatro anos.

 

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