Açores: PS tem "pavor de deixar de mandar" em tudo
O coordenador do Bloco de Esquerda nos Açores, António Lima, declarou hoje que o PS de Vasco Cordeiro, há 24 anos no poder, tem "pavor de deixar de mandar" em tudo.
© Esquerda.net
Política António Lima
Discursando num comício de encerramento da campanha, no Auditório da Casa Manuel de Arriaga, na Horta, ilha do Faial, António Lima afirmou que o PS "tem pavor de deixar de mandar em tudo o que se faz nos Açores".
O candidato do BE/Açores por São Miguel e círculo de compensação afirmou que Vasco Cordeiro "acena a cada dia com o papão da instabilidade para exigir uma maioria absoluta" e que "20 anos de poder absoluto fizeram o Partido Socialista pensar que a democracia é algo que existe de quatro em quatro anos e que pelo meio manda o PS".
"Mas, a democracia plena e vivida faz-se todos os dias, todos os meses e todos os anos", frisou.
O dirigente do BE/Açores afirmou que não se pode "aceitar que nos últimos dias de campanha, perante uma sondagem que indicia um crescimento da extrema-direita nos Açores, tenha vindo Vasco Cordeiro responder ao Chega, assumindo o discurso de ataque aos que menos têm, utilizando exatamente os mesmos termos usados por esta força racista, xenófoba e que odeia os pobres".
"Atacar quem recebe Rendimento Social de Inserção numa região que tem a maior taxa de desigualdade de distribuição da riqueza no país não é impedir o crescimento destas forças tenebrosas é escancarar-lhes a porta", considerou António Lima.
Para o bloquista, combater a extrema-direita "é impedir o aumento da pobreza nos Açores, a precariedade que arranca o futuro às pessoas, é ter um verdadeiro plano de habitação regional".
"Em suma, combater a extrema-direita é ter novas políticas e novas soluções e não mais do mesmo", adiantou o candidato.
Segundo António Lima, "não se pode continuar a chorar os jovens que vão estudar e não voltam" e a "assistir à emigração crescente dos mais qualificados e não só", o que "empobrece os Açores".
Os socialistas vencem eleições legislativas nos Açores há 24 anos, mas têm vindo a reduzir a percentagem de votos desde 2004, numa região onde o melhor resultado foi obtido pelo PSD de Mota Amaral.
Os Açores têm vindo a registar, entretanto, os maiores valores de abstenção do país, sendo que nas eleições para a Assembleia Legislativa Regional de 2016 se registou na ilha de São Miguel, a maior e mais populosa, uma taxa de 63,1%, segundo a plataforma Pordata, na sua edição de 2020 do retrato da região.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
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