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Rio revelou "total desespero" sobre linha circular do metro

O ministro do Ambiente disse hoje que o PSD errou ao votar favoravelmente a suspensão da linha circular do Metropolitano de Lisboa e classificou a intervenção de Rui Rio no debate quinzenal de terça-feira de "total desespero".

Rio revelou "total desespero" sobre linha circular do metro
Notícias ao Minuto

13:27 - 19/02/20 por Lusa

Política Matos Fernandes

João Matos Fernandes, que tutela os transportes urbanos, falava na Assembleia da República durante uma audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, onde lembrou que o PSD votou favoravelmente propostas do PCP e do PAN para a suspensão daquele projeto, no âmbito do Orçamento do Estado para 2020.

"Era um erro o PSD embarcar na votação que embarcou. Agora terá de explicar aos lisboetas que caso seja suspensa não haverá qualquer obra no metro nos próximos três anos", afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, em resposta ao deputado socialista Luís Graça, que pediu ao governante para explicar o impacto da medida.

Matos Fernandes referiu-se ainda à intervenção de Rui Rio durante o debate quinzenal de terça-feira, afirmando que o líder dos sociais-democratas revelou "total desespero" e tentou "salvar a face de si próprio pela decisão que tomou e da qual foi avisado pelos seus vice-presidentes".

Matos Fernandes reiterou não haver forma de afetar a verba comunitária (83 milhões de euros) -- que está inserida no objetivo descarbonização -- "a outro projeto desta dimensão".

"É óbvio que os lisboetas perderam e o PSD vai ter de explicar, não sendo feita esta obra, não vai ser feita nenhuma", disse o ministro, criticando a oposição por se queixar da ausência de transportes suficientes, tendo, no entanto, aprovado a suspensão do projeto.

À saída da audição, o ministro considerou ainda que PSD e CDS-PP cometeram "uma grande argolada" ao votarem favoravelmente a suspensão do projeto da linha circular e agora "é que se aperceberam disso".

"A reação de ontem [terça-feira] do Dr. Rui Rio foi uma fuga para a frente para encontrar alguns problemas onde não existem. Foi pública uma divergência de opiniões dentro da direção do partido. Foi público no dia em que foi votado que [o vice-presidente] David Justino disse o que pensava da decisão do seu partido, discordando dela e, pelos vistos, esta posição parece ser a que está a agora a vingar dentro do próprio PSD", disse Matos Fernandes.

"Alguém se calhar mentiu mesmo ao Dr. Rui Rio, mas foi dentro do próprio partido", replicou.

Na terça-feira, o presidente do PSD acusou o Governo, e em particular o ministro do Ambiente, de ter mentido aos portugueses sobre as consequências da aprovação pelo parlamento da suspensão da linha circular do metropolitano de Lisboa.

Durante o debate quinzenal, Rio quis saber se o país poderia ou não utilizar os fundos europeus já alocados a esta linha noutros projetos - invocando várias versões citadas por diferentes membros do executivo - e se já tinham sido feitas algumas expropriações que obrigassem ao pagamento de indemnizações, como tinha sugerido anteriormente Matos Fernandes.

Hoje, o ministro reiterou que a construção da linha circular é a "melhor opção para quem vem de fora" da cidade de Lisboa, já depois de o deputado social-democrata Hugo Carvalho ter acusado o Governo de "fazer cambalhotas de argumentos" sobre a perda de fundos comunitários.

O deputado do CDS-PP João Gonçalo Pereira questionou o ministro acerca do contrato assinado para a construção da linha circular do metro "a um sábado, longe dos holofotes", com Matos Fernandes a responder: "Afinal parece que não foi só o PSD quer percebeu que fez uma grande asneira, o CDS também".

A suspensão da linha circular do Metro de Lisboa foi aprovada há duas semanas no parlamento, durante a votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020, na sequência de propostas do PCP e do PAN que mereceram o voto favorável do PSD.

O PS já anunciou que vai pedir junto do Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva das propostas aprovadas no parlamento.

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