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Costa rejeita futura coligação de Governo com parceiros de Esquerda

O primeiro-ministro, António Costa, rejeitou esta quarta-feira a possibilidade de vir a formar uma coligação de Governo com os atuais parceiros de esquerda, considerando que tal solução teria sido "mais instável" e "absolutamente impossível".

Costa rejeita futura coligação de Governo com parceiros de Esquerda
Notícias ao Minuto

23:08 - 28/08/19 por Lusa

Política Costa

"Para haver um Governo é fundamental que seja coeso e tenha condições para governar. Estou convencido que, se tivéssemos feito uma coligação formal com ministros do PEV, do PCP, do BE e do PS, a solução teria sido menos estável do que a que tivemos", afirmou António Costa em entrevista à TVI e TVI 24.

O também secretário-geral do PS considerou mesmo que uma coligação formal de Governo com esses partidos seria "absolutamente impossível" porque implicaria uma "violentação de linhas identitárias" de cada força política.

Numa entrevista que se estendeu por quase 110 minutos, e incluiu perguntas de representantes selecionados da sociedade civil e também de quatro jornalistas da estação, Costa disse não ter dúvidas de que os portugueses "não gostam de maiorias absolutas" e, sem nunca a pedir, procurou desmontar os receios desse cenário governativo, invocando a sua experiência na Câmara Municipal de Lisboa e os "crescentes mecanismos de controlo" da democracia portuguesa.

"Nunca colocarei aos portugueses a chantagem de dizer 'ou me dão maioria ou não governo'", assegurou.

Sobre as recentes críticas ao BE na entrevista que deu ao semanário Expresso, António Costa não as repetiu nem comentou diretamente, mas declarou "não se rever" nas acusações de arrogância que lhe foram feitas na resposta por esse partido.

"Não podemos viver num debate político em que todos podem criticar o PS e quando o PS diz alguma coisa sobre propostas dos outros 'aqui-d'el-rei'", afirmou, recordando que foi ele quem disse há quatro anos ser necessário acabar com o conceito de arco da governação que apenas incluía PS, PSD e CDS-PP e fazendo uma "avaliação muito positiva" do trabalho da última legislativa.

O primeiro-ministro comprometeu-se a não cortar nos rendimentos dos portugueses nem a aumentar impostos em caso de nova crise económica e manifestou-se convicto de que o país está "mais preparado" para a enfrentar pelo défice equilibrado e pela trajetória descendente da dívida.

O chefe do executivo nunca respondeu se, em caso de crise, estaria disposto a deixar aumentar o défice, mas assegurou que o cenário macroeconómico que consta do programa eleitoral do PS "é conservador".

"Temos de manter a estabilidade que conseguimos nesta legislatura, nunca dando o passo maior que a perna para não nos colocarmos em situação de risco", afirmou.

António Costa não se quis comprometer com uma meta para o aumento do salário mínimo na próxima legislatura, mas defendeu que, se vencer as eleições, esse tema seja definido logo no início da legislatura em sede de concertação social.

A este propósito, considerou "crucial" que também o salário médio em Portugal "suba significativamente".

No período de perguntas de representantes da sociedade civil, o momento mais tenso foi protagonizado por uma professora que questionou e entrou em diálogo com o primeiro-ministro sobre a desmotivação da classe e a contagem do tempo de serviço.

"Nunca assumi qualquer compromisso com os professores além do que sabia que podia fazer, fomos ao limite do que podíamos fazer", afirmou, dizendo que nos próximos quatro anos, em média, todos os professores poderão progredir dois escalões.

Em resposta a um especialista em fiscalidade, Costa reiterou que o Governo pretende "prosseguir a trajetória de desagravamento do IRS", através da criação de novos escalões.

Questionado através das redes sociais se pretende formar um Governo com o PAN, António Costa repetiu que um governo "tem de ser coeso" e reiterou ser importante para a governação que "o PS saia reforçado destas eleições".

"Se me pede para pedir aos portugueses que não me deem maioria, isso é um pedido impossível (...). Cada um tem de votar em função da convicção que tem", observou, perante a insistência dos jornalistas no tema.

Na entrevista, Costa rejeitou que a recente greve do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas tenha trazido alterações informais à lei da greve.

"Alguns quiseram aproveitar esta ocasião para fazer o que sonham há décadas - mudar a lei da greve -, mas nós mostrámos que não é preciso mudar a lei, basta que a lei da greve seja cumprida", afirmou.

Interrogado se é a favor ou contra o que tem sido designado por Museu Salazar, a criar em Santa Comba Dão, o líder do PS preferiu não se comprometer por não conhecer em detalhe o projeto.

"Se é de apologia e branqueamento de Salazar, obviamente que sou contra. Se é um centro de interpretação e contextualização de um período da nossa História, pode ser útil e favorável", afirmou.

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