Kits incêndio. Aliança defende “uma ou mais demissões”
Partido considera não ser preciso um inquérito para apurar responsabilidades no caso dos kits incêndio distribuídos à população.
© Global Imagens
Política Golas inflamáveis
O partido fundado por Santana Lopes entende ser desnecessário um inquérito sobre o caso dos kits que contemplavam, entre outros materiais, as polémicas golas antifumo inflamáveis.
“Não é preciso inquérito sobre as golas inflamáveis”, refere o partido numa breve nota, considerando ser “dificilmente concebível que o ministro não soubesse”. Defende por isso que “quem autorizou e quem sabia” deve sair. O caso, reforça a Aliança, justifica “uma ou mais demissões” no Governo.
“O secretário de Estado da Proteção Civil também não fazia ideia? Quem autorizou a abertura do processo concursal e quem o decidiu? Quem o fez e quem soube, que saia. Que se acuse e saia, sem mais inquéritos. É o mínimo”, defende o partido de Santana Lopes, sublinhando que todo o processo é "inacreditável".
O secretário de Estado da Proteção Civil, recorde-se, remeteu este domingo a responsabilidade sobre o processo de compra de 'kits de incêndio', que incluem as golas antifumo, para a Autoridade Nacional de Proteção Civil.
"O processo foi desenvolvido pela Proteção Civil", afirmou, às televisões, José Artur Neves. O governante sublinhou ainda que a gola antifumo, "que alguns especialistas dizem que é inflamável", é um elemento de sensibilização e não de proteção.
"Não é um elemento para proteger o cidadão do fogo, porque não se pretende que o cidadão combata o fogo. Pretende-se transmitir ao cidadão que deve munir-se de um pano, seja ele uma camisola, seja ele uma toalha molhada para não respirar o fumo", especificou.
O Jornal de Notícias noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito dos programas "Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras".
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas-práticas.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios.
Em comunicado, divulgado no sábado, o Ministério da Administração Interna diz que, "face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna".
Questionado pelos jornalistas, em Mafra, Eduardo Cabrita, considerou "irresponsável e alarmista" a notícia e sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.
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