"Faz-me confusão", "choca-me". O país visto por Assunção Cristas
A líder do CDS-PP falou sobre o estado da Saúde em Portugal, bem como de outras desigualdades existentes na sociedade portuguesa.
© Blas Manuel
Política CDS-PP
"A mim choca-me esta desigualdade no tratamento das pessoas no nosso país". Foi desta forma que Assunção Cristas começou por analisar aquele que é o estado da sociedade portuguesa atualmente.
Falando sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a líder do CDS lamentou que “quem tem dinheiro no bolso para pagar uma consulta no setor privado ou tem a ADSE consegue resolver o seu problema”, ao passo que “quem não tem fica nas mãos de um SNS com listas de espera e consultas em atraso”, um problema para o qual o partido tem uma solução: “O que propomos é que se a consulta não ocorrer no SNS dentro do prazo normal, então o utente tenha a liberdade de poder decidir se a quer ter no setor social ou no privado”.
Sobre os motoristas de matérias perigosas, que em abril pararam o país e agora ameaçam com nova greve durante o mês de agosto, Assunção Cristas garante que se fosse primeira-ministra “teria um longo tempo de negociação com este setor”.
“O que me incomoda é perceber que há um setor que, de repente, surpreende todo o país e parece que ninguém deu por eles”, lamentou a líder dos centristas, assegurando que “apostaria certamente em ter antecipado o problema”, pois, apesar de o Governo não ser a entidade patronal, é a entidade que “no país tem o dever público de garantir a ordem e, no limite, é uma questão de ordem pública, sem a menor dúvida”.
Por fim, o que “faz confusão” a Assunção Cristas é “ter um país em que, de um lado se trabalha 40 horas e do outro 35”. “Faz-me confusão”, sublinhou, não assumindo, contudo, nem voltar a aplicar as 40 horas no setor público, nem a reduzir para as 35 no privado.
Antes, preferiu defender uma “reforma da administração pública”, pois “há outras alternativas às 40 horas semanais na administração pública”.
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