No texto apresentado por Eduardo Ferro Rodrigues, salienta-se que "foi com profunda consternação que a Assembleia da República tomou conhecimento das trágicas consequências da passagem do ciclone Idai pelo território moçambicano".
"A dimensão da tragédia interpela-nos particularmente, porque se trata do povo irmão de Moçambique", destaca-se no texto do voto apresentado pelo presidente da Assembleia da República, apontando que os seus efeitos tornam o ciclone Idai a "maior catástrofe natural alguma vez foi sentida" neste país.
No voto, expressa-se ao povo e às autoridades moçambicanas a "mais profunda solidariedade" do parlamento português e "associa-se, na sua dor, ao povo moçambicano".
"A Assembleia da República expressa ainda a sua plena disponibilidade para estender o programa de cooperação existente entre o parlamento português e a Assembleia da República de Moçambique e, através desta, às Assembleias Provinciais afetadas, contribuindo para o rápido restabelecimento do seu funcionamento e para o pleno exercício da sua missão", refere o voto hoje aprovado.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou perto de 400 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos desde segunda-feira.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, decretou o estado de emergência nacional na terça-feira e disse que 350 mil pessoas "estão em situação de risco".
Moçambique cumpre hoje o segundo de três dias de luto nacional.
A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, considerando que se trata da "pior crise" do género em Moçambique.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na noite de 14 de março, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.