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Edifício da EDP: "Lamentamos falta de interesse em ouvir população"

O Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa lamentou hoje a "falta de interesse" por parte da autarquia em ouvir a população relativamente ao novo edifício da EDP, que se localizará atrás da sede, na frente ribeirinha.

Edifício da EDP: "Lamentamos falta de interesse em ouvir população"
Notícias ao Minuto

22:50 - 21/12/18 por Lusa

Política Bloco/Lisboa

"Lamentamos a falta de interesse em ouvir a população, tendo em conta que têm sido cada vez mais frequentes os movimentos de contestação em relação a projetos de construção em Lisboa. Os lisboetas querem ser ouvidos, mas há quem não os queira ouvir", lê-se num comunicado enviado pelo gabinete do vereador do BE (que tem um acordo de governação do concelho com o PS), Manuel Grilo.

O BE alega que a proposta aprovada hoje em reunião de câmara "não está em conformidade com o Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente" e foi adaptada "para agradar à EDP", não cumprindo as normas do plano aprovado na Assembleia Municipal de Lisboa.

"Por exemplo, a eliminação das passagens entre os edifícios que deveriam ser espaço público não é uma alteração de pormenor. A eliminação de espaço público previsto no projeto retira à cidade um atravessamento entre ruas que o plano garantia, mas que não é útil à EDP", é referido na nota.

O BE nota ainda que estão previstas "mais duas propostas para duas parcelas próximas, também por parte da EDP", reiterando que estes projetos deveriam ser "submetidos a consulta pública antes da sua aprovação" e que "as pessoas têm o direito de opinar sobre esta obra tão importante na zona ribeirinha de Lisboa".

O projeto de arquitetura do novo edifício foi hoje aprovado, em reunião privada do executivo, com os votos favoráveis de PS e PSD e contra de CDS-PP, BE e PCP, disseram à Lusa fontes municipais.

Segundo o documento, "é proposta a demolição de edifícios existentes e a construção de um edifício destinado a terciário, com seis pisos acima do solo e quatro pisos em cave para estacionamento privativo (160 lugares) e público (97)".

Na sessão de hoje, a câmara municipal aprovou também o projeto de arquitetura para a "implantação de um empreendimento turístico (92 unidades de alojamento) distribuído por dois edifícios que integram áreas de comércio", um na frente para a Rua Dom Luís I e outro na Rua da Boavista.

O documento mereceu os votos favoráveis de PS e PSD e contra de CDS-PP, BE e PCP.

O CDS-PP votou contra as duas propostas tendo em conta "as reservas que já vinham do plano de pormenor" daquela zona, alertando que há ali "uma questão que se prende com as caves, num terreno e numa zona onde deve existir maior cuidado", por ser uma zona ribeirinha.

Por seu turno, o PCP considerou que o "interesse público não foi satisfeito e não esteve em primeiro lugar", acrescentando que a questão das caves "é preocupante", assim como "as questões das vistas".

O único partido a aplaudir os documentos foi o PSD, que considerou que "são três projetos de arquitetura contemporânea num local onde ela tem lugar", respeitando "o plano pormenor em todas as dimensões".

Na reunião, a Câmara de Lisboa aprovou também a revogação do concurso público lançado em novembro do ano passado, no valor de 112 milhões de euros, para a construção dos túneis do Plano Geral de Drenagem, depois de este ter ficado deserto.

Na proposta divulgada a semana passada estava também contemplado o lançamento de um novo concurso para a construção dos túneis entre Monsanto e Santa Apolónia e entre Chelas e Beato, no valor de 136 milhões de euros, mas essa referência já não constava do documento aprovado hoje.

No encontro, a vereação deu ainda aval ao lançamento de um concurso público para a requalificação dos espaços exteriores do Hub Criativo do Beato, no valor de 3,6 milhões de euros.

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