Meteorologia

  • 11 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 15º MÁX 23º

Eleições na Geórgia ocorreram em paz e cidadãos votaram livremente

A eurodeputada Ana Gomes, que integrou a missão de observação eleitoral do Parlamento Europeu à Geórgia, disse hoje que os georgianos votaram em paz e com liberdade de consciência nas presidenciais, apesar de alguns incidentes durante a campanha.

Eleições na Geórgia ocorreram em paz e cidadãos votaram livremente
Notícias ao Minuto

14:20 - 29/11/18 por Lusa

Política Ana Gomes

"As eleições decorreram na quarta-feira com paz e incidentes menores", disse à Lusa a eurodeputada do PS.

A ex-embaixadora francesa Salome Zurabishvili, apoiada pelo partido no poder Sonho Georgiano, venceu a segunda volta das eleições presidenciais na Geórgia, realizadas na quarta-feira, com 59,56% dos votos, informou hoje a comissão eleitoral central (CEC) do país.

O seu oponente, o opositor Grigol Vachadze, o candidato do Movimento Nacional Unido (ENM), conseguiu 40,44%, segundos dados do CEC, correspondentes ao escrutínio de 99,7% dos votos.

De acordo com as autoridades georgianas, a participação no sufrágio foi de 56,23% dos quase dois milhões de eleitores.

"Não há comparação com o passado e, neste aspeto, houve claramente progressos na forma pacífica como tudo decorreu e também na preparação da eleição com toda a máquina do Estado, com a administração das eleições. Foi notável e destacou-se a participação de mulheres. Os funcionários das estações de voto são fundamentalmente mulheres, muito capazes, muito eficazes e muito conhecedoras", afirmou a eurodeputada socialista.

Para Ana Gomes não há dúvidas que "os eleitores georgianos no momento de votar tiveram todas as condições e a liberdade de exercer o seu direito em consciência".

"A campanha, no entanto, nas últimas semanas foi extremamente polarizada, como era normal entre os dois candidatos. Mas, com uma retórica de parte a parte inaceitável em termos democráticos, questionando-se o patriotismo de uns e outros", sublinhou.

Segundo a eurodeputada, o partido no poder, Sonho Georgiano, usou métodos inaceitáveis.

"Desde logo, muita gente questionava a escolha de um dia da semana para a realização da segunda volta como uma forma de impedir muita gente de ir votar, designadamente os que moram fora do país. A Geórgia tem muitos emigrantes em países vizinhos", disse.

"Isto foi interpretado como uma forma de pressionar de forma indevida os eleitores e, designadamente, os mais necessitados. Isto também no seguimento de medidas que havíamos denunciado como abuso dos recursos do Estado por parte da candidatura ligada ao partido no poder", acrescentou.

De acordo com Ana Gomes, no dia da eleição, tiveram conhecimento de que "muita gente recebeu mensagens por SMS do oligarca (Bidzina) Ivanishvili -- do partido Sonho Georgiano - e da candidata Salome Zurabishvili incentivando os eleitores a irem votar".

"A lei eleitoral em muitos aspetos não é muito explícita, mas do ponto de vista democrático, parecem metodologias inaceitáveis e, por isso, foram denunciadas como tal pelos observadores da União Europeia e da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa)", avaliou.

Para a eurodeputada, "os georgianos escolheram claramente para Presidente Salome Zurabishvili e isso é relativamente fácil de explicar".

"Os georgianos escolheram a estabilidade face aos distúrbios, aos problemas que inevitavelmente resultariam de eleger um Presidente da família política oposta ao atual Governo e que, durante a campanha, não se eximiu de explicar que estaria pronto para a confrontação", declarou Ana Gomes.

A eurodeputada esteve, tal como na primeira volta das eleições presidenciais, na faixa de Gombori, entre Telavi e Gurjaani, na região de Kakheti, a leste de Tbilissi.

Esta é a última vez em que o chefe de Estado da Geórgia é eleito por sufrágio universal, já que uma reforma constitucional em 2017 determinou que a eleição passe a fazer-se através de colégio eleitoral (formado por parlamentares e conselheiros municipais) a partir de 2024.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório