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João Ferreira diz que Merkel quer que Alemanha "mande mesmo em tudo"

O eurodeputado João Ferreira (PCP) considerou hoje "inquietante" o discurso da chanceler alemã no Parlamento Europeu (PE), argumentando que Angela Merkel sugeriu que a Alemanha quer mandar "mesmo" em tudo na Europa.

João Ferreira diz que Merkel quer que Alemanha "mande mesmo em tudo"
Notícias ao Minuto

20:10 - 13/11/18 por Lusa

Política PCP

Em declarações à agência Lusa, João Ferreira salientou, do discurso da chanceler alemã sobre o Futuro da Europa no PE, a proposta de criação de um exército europeu, "num contexto em que estão a ser reduzidas todas as despesas do orçamento da União Europeia dedicadas à coesão económica e social", e a defesa do "fim do princípio da unanimidade nas decisões onde ele ainda existe".

"Isto quer dizer de alguma forma isto: se a Alemanha já manda em quase tudo, o que a senhora Merkel vem aqui dizer é 'esqueçam lá o quase', e que mande mesmo em tudo, inclusivamente em questões de política externa e militares, com a constituição do exército europeu para defender os interesses geoestratégicos da Alemanha", vincou.

"Isto se é inquietante, e é sob vários pontos de vista, é também incompreensível por exemplo o que leva deputados de determinadas forças políticas portuguesas a aplaudir este discurso", acrescentou.

João Ferreira reportava-se ao discurso de Angela Merkel em Estrasburgo (França), no qual a chanceler alemã defendeu a criação de "um verdadeiro exército europeu", e o fim do princípio da unanimidade em questões externas, uma ideia partilhada com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

O eurodeputado do Partido Comunista desvalorizou ainda a diminuição do peso político da política alemã no panorama europeu, dizendo que depois de Angela Merkel virá "certamente" alguém com "responsabilidades idênticas".

"Não podemos propriamente dizer que o que é hoje a UE resulta apenas única e exclusivamente da senhora Merkel. Antes de ela houve outros, depois de ela virão outros, e há sobretudo outros que noutros países partilham responsabilidade com ela por tudo aquilo que foi feito", observou.

Ferreira rejeitou que "a circunstância de final de mandato" tenha pesado no discurso da chanceler alemã no PE, na medida que houve "uma linha de coerência com tudo aquilo que ela sempre disse".

"Há algumas boas almas que nos andaram a vender a ideia de que aquilo que a Alemanha nos quis impor e que tínhamos de aceitar era a moeda de troca por uma qualquer capacidade orçamental da zona euro, por um qualquer reforço do orçamento, ou até pelo pilar da garantia de depósitos da União Bancária. A senhora Merkel deixou bastante claro que não é moeda de troca coisa nenhuma", realçou ainda.

Angela Merkel apresentou hoje ao Parlamento Europeu a sua visão do futuro da Europa, no 12.º de um ciclo de debates com chefes de Estado e de Governo iniciado em janeiro e que contou com a participação do primeiro-ministro português, António Costa, em março.

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