Polémica com prédio de Robles cruza fronteiras e chega a Espanha
"O comportamento humano não distingue bandeiras, origens e fronteiras, é universalmente igual", começa por escrever o jornal espanhol El País, contextualizando assim a polémica em que Ricardo Robles (BE) está envolvido. A comparação com Pablo Iglesias é inevitável.
© Blas Manuel
Política Lisboa
O tema dominou a agenda noticiosa, esta sexta-feira, e promete continuar a fazer correr muita tinta. O vereador da Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, viu-se envolvido numa polémica depois de o Jornal Económico ter ontem noticiado que o bloquista – cuja principal bandeira política é o combate à especulação imobiliária – comprou um prédio em Alfama por 347 mil euros, em 2014, que esteve à venda por 5,7 milhões (venda essa que não chegou a ser efetivada).
O jornal espanhol El País dedica hoje um artigo à polémica, lembrando que, há uns meses, Pablo Iglesias, do Podemos, foi notícia por um caso semelhante.
“O comportamento humano não distingue bandeiras, origens e fronteiras, é universalmente igual”, começa por escrever o El Pais que recorda a polémica recente em que Pablo Iglesias se viu envolvido: o líder do Podemos criticou a compra imobiliária de um ministro e, posteriormente, foi o próprio a comprar um chalet luxuoso, na serra. “Agora em Lisboa repete-se a mesma história”, pode ler-se.
O jornal espanhol conta a história do polémico prédio que Robles e a irmã compraram, no coração de Lisboa. Refere que o comprou pelos tais 347 mil euros e que o teve à venda por 5,7 milhões e recorda as palavras de Robles, aquando da campanha eleitoral das autárquicas, onde o bloquista criticava a especulação imobiliária na capital.
E, em março deste ano, recorda o jornal, Robles dizia: “Os preços continuam a subir acentuadamente em Lisboa e está a ser criada uma crise social. Está a tornar-se uma cidade para os ricos e não para lisboetas”.
O artigo sublinha, por fim, que o vereador defende que o seu comportamento não entra em contradição com a sua ideologia e que, de resto, Robles cumpriu com os trâmites administrativos e fiscais.
Recorde-se que o prédio em causa foi vandalizado na sequência da polémica. "Aqui podia morar gente", lê-se hoje na fachada do edifício.
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