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Expo98: Cristas diz que extinção da Parque Expo foi "decisão bem tomada"

A antiga ministra do Ambiente, Assunção Cristas, considera que a extinção da Parque Expo, há cinco anos, foi uma "decisão bem tomada", mas critica o município por não ter dado continuidade aos "elevados padrões de qualidade".

Expo98: Cristas diz que extinção da Parque Expo foi "decisão bem tomada"
Notícias ao Minuto

06:00 - 22/05/18 por Lusa

Política Lisboa

Ouvida pela agência Lusa no âmbito dos 20 anos da Expo'98, Assunção Cristas, que atualmente também é vereadora do CDS-PP na Câmara de Lisboa, considerou que "a decisão foi acertada", mas frisou que "era importante que a Câmara tivesse, de facto, assumido, como prometeu, todas as suas responsabilidades".

Lisboa abriu portas ao mundo em 22 de maio de 1998 com a inauguração da Exposição Mundial, que teve como tema "Os oceanos: um património para o futuro" e permitiu a regeneração da zona oriental, que estava abandonada.

Quando a Expo'98 fechou portas, em 30 de setembro de 1998, iniciaram-se os trabalhos de urbanização do atual Parque das Nações.

A empresa Parque Expo foi criada em 1993 para construir, explorar e desmantelar a Expo'98, tendo depois alargado as suas competências à escala nacional e internacional.

Além disso, era a responsável pela gestão urbana da agora freguesia do Parque das Nações e geria os projetos do Programa Polis em diversas cidades.

Em agosto de 2011, a então ministra do Ambiente do Governo PSD/CDS-PP anunciou que a Parque Expo ia ser extinta, porque o objetivo da empresa se tinha esgotado e porque apresentava dívidas avultadas, e 31 de dezembro de 2016 foi a data apontada para a extinção formal, cinco anos depois de ter sido anunciado o seu fim.

"A Parque Expo era uma solução excecional e necessariamente transitória, porque nós tínhamos aqui a única situação a nível nacional em que um bairro de uma cidade é gerido por uma empresa, e a um nível de qualidade muito superior àquele que se tinha no resto da cidade ou no resto do país", afirmou Assunção Cristas.

Esta situação estava a "ser suportada pelos contribuintes de todo o país, porque era uma empresa pública nacional com uma dívida muito grande ainda e, naturalmente, com custos para o erário público e com custos para todos os contribuintes", salientou a centrista.

"E, portanto, eu creio que na altura foi uma decisão bem tomada. A Câmara de Lisboa não enjeitou as suas responsabilidades, pelo contrário, comprometeu-se a dar continuidade aos contratos de manutenção que faziam a tal qualidade desta zona da cidade, e eventualmente até utilizar essa experiência e esses contratos para, numas outras zonas, poder também beneficiar disso mesmo. Infelizmente, nalguns casos, não foi o que aconteceu", advogou.

Assim sendo, Cristas considera que "essa responsabilidade tem de ser assacada a António Costa [PS], na altura presidente da Câmara de Lisboa, e à Câmara de Lisboa, que não soube manter os elevados padrões".

"Não podemos confundir uma decisão de fundo que fez todo o sentido, e que continuaria a fazer sentido, com, depois, uma incapacidade da Câmara de Lisboa - porque não se preparou, por ventura, devidamente, ou porque não quis", acusou a vereadora.

Sobre as críticas dos moradores, de que o espaço público e alguns equipamentos estão degradados, Cristas pôs-se do lado de quem habita na zona, mas apontou que "os 20 anos são o momento para relançar esta vontade de ter um elevado padrão, que seja ao mesmo tempo mobilizador e exemplo para o resto da cidade".

Em dezembro de 2010, o endividamento da Parque Expo atingia os 224,9 milhões de euros. No âmbito desta extinção, foram eliminados 161 empregos, através da rescisão de contratos por mútuo acordo ou do recurso ao despedimento coletivo.

Sobre isto, a antiga governante referiu que "essa é uma matéria que estava programada", elencando que "a solução mais racional foi passar as diferentes competências para diferentes entidades e acabar, no fundo, com uma solução que não era solução de futuro, e continuava a penalizar os portugueses".

"Esse foi um dos assuntos que foi preciso tratar e gerir, respeitando a lei, procurando as melhores soluções, e eu creio que, apesar de tudo, teve um resultado que não foi negativo, pelo contrário, foi positivo", rematou.

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