Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 12º MÁX 24º

Parlamento manifesta pesar por Álvaro Fernandes e Rosado Fernandes

A Assembleia da República aprovou hoje votos de pesar por três personalidades que morreram no último mês: o capitão de Abril Álvaro Henriques Fernandes, o antigo deputado do CDS-PP Rosado Fernandes e a escultora Clara Menéres.

Parlamento manifesta pesar por Álvaro Fernandes e Rosado Fernandes
Notícias ao Minuto

13:10 - 18/05/18 por Lusa

Política Óbito

No entanto, apenas o texto do PS, pelo falecimento de Clara Menéres, mereceu a aprovação unânime da Assembeia da República. O voto de pesar pelo falecimento do militar Álvaro Fernandes, apresentado pelo BE, foi aprovado com a abstenção das bancadas do PSD e do CDS-PP. Já o texto do CDS-PP, de pesar pelo falecimento do seu antigo deputado Rosado Fernandes, mereceu a abstenção do PCP e votos favoráveis das restantes bancadas.

O tenente-coronel Álvaro Fernandes, o militar de Abril que fez a ligação entre o posto de comando e as tropas em Lisboa, morreu em 06 de maio aos 75 anos.

Nascido em Angola, em 1943, Álvaro Henrique Fernandes foi, aos 31 anos, o oficial de ligação entre o Posto de Comando da Pontinha do Movimento das Forças Armadas, que derrubou a ditadura no 25 de Abril de 1974, e foi um dos fundadores da Frente de Unidade Revolucionária (FUR).

Esteve ao lado de Otelo Saraiva de Carvalho, o estratego do 25 de Abril, no Comando Operacional do Continente (COPCON), e teve um papel ativo durante os acontecimentos do Processo Revolucionário em Curso (PREC).

No texto do BE salienta-se que na sequência do 25 de novembro, Álvaro Henriques Fernandes partiu para o exílio em França, tendo regressado a Portugal em 1978 e estado preso durante seis meses.

"Após libertado, teve de recorrer da sua expulsão do exército perante o Supremo Tribunal Militar, tendo sido reintegrado em 1983", refere o voto, que manifesta o pesar pela sua morte e transmite as condolências aos familiares e amigos.

Por outro lado, Raul Miguel Rosado Fernandes, antigo deputado do CDS-PP e fundador da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), morreu no dia 13 de maio, aos 83 anos, vítima de doença.

Raul Miguel Rosado Fernandes nasceu a 11 de julho de 1934 em Lisboa.

Licenciado em Filologia Clássica, foi reitor da Universidade de Lisboa entre 1979 e 1982. Pelo CDS-PP, foi deputado ao Parlamento Europeu (1995-1999) e eleito no parlamento português (1999-2001).

Autor de obras variadas sobre filologia, retórica, literatura grega, latina e portuguesa, com dezenas de publicações, também dedicou grande parte da sua atividade igualmente à defesa da agricultura portuguesa, tendo sido presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, eleito em 1993.

No texto de pesar, apresentado pelo CDS-PP, destaca-se que a morte de Rosado Fernandes "deixa Portugal mais pobre".

"Na cidade, a Pólis onde nasceu e ensinou, perde um académico brilhante e um político assertivo: e o campo, que trabalhou e deu a conhecer, perde um defensor intransigente. O professor Rosado Fernandes foi, reconhecidamente, um homem de muitos mundos", refere o voto de pesar.

Já a escultora Clara Menéres, de 74 anos, cuja vida e obra ficaram marcadas pela religiosidade, morreu em 10 de maio.

Maria Clara Rebelo de Carvalho Menéres nasceu em Braga, a 22 agosto de 1943, estudou escultura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi aluna de Barata Feyo, Lagoa Henriques e Júlio Resende.

Expôs individualmente pela primeira vez em 1967 e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris entre 1978 e 1981, doutorando-se na Universidade de Paris VII em 1983.

Foi também investigadora do Center for Advanced Visual Studies do Massachusetts Institute of Technology (MIT) entre 1989 e 1991.

Iniciou a atividade pedagógica na Escola Superior de Belas Artes do Porto e, entre 1971 e 1996, foi professora da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde exerceu o cargo de presidente do conselho diretivo de 1993 a 1996.

Foi depois professora catedrática na Universidade de Évora, onde lecionou de 1996 a 2007.

Em 2016, o Santuário de Fátima assinalou o encerramento das celebrações do Centenário das Aparições do Anjo da Paz com a inauguração de uma escultura em bronze - "O Anjo da Paz" - da autoria de Clara Menéres.

No voto de pesar apresentado pelo grupo parlamentar do PS evoca-se Clara Menéres como "figura assinalável da vida cultural do país" e a sua obra "corajosa e vanguardista".

No final da leitura dos três votos.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório