Queixas apresentadas à IGAI "não refletem a realidade"
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) considerou hoje que o número de queixas apresentadas à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) contra a atuação da polícia "não reflete a realidade".
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"O número de queixas não reflete a realidade. Existe uma diferença abismal entre as queixas apresentadas e aquelas que acabam por ter consequências disciplinares ou penais", disse à agência Lusa o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, em reação aos dados hoje divulgados pela IGAI.
Aquele organismo tutelado pelo Ministério da Administração Interna recebeu 772 queixas contra a atuação das forças de segurança em 2017, o valor mais alto dos últimos quatro anos.
Os dados enviados à Lusa indicam também que a IGAI instaurou, nos últimos seis anos, processos disciplinares a 11 elementos da PSP e da GNR por terem matado civis com armas de fogo durante operações policiais.
Em 2017, foram abertos dois processos disciplinares a elementos da Polícia de Segurança Pública e, em 2016, quatro, três a polícias da PSP e outro a um militar da GNR, na sequência da utilização de armas de fogo e que tiveram como resultado a morte de civis.
Paulo Rodrigues adiantou que estes dados merecem "uma discussão além das queixas", uma vez que estão a aumentar as situações de violência que "obrigam a uma postura da polícia mais proativa e tática".
O presidente do sindicato mais representativo da PSP disse que a criminalidade é cada vez mais violenta, o que exige que seja cada vez mais utilizada por parte da polícia a força física e armas de fogo.
Sobre os processos disciplinares abertos a maior número de elementos da PSP do que da GNR por terem matado mais civis com armas de fogo, o presidente da ASPP disse que mais de 70 por cento da criminalidade regista-se nas zonas urbanas, cujo policiamento é feito pela PSP.
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