Joaquim Moreira adiantou à Lusa que a maior parte dos voluntários que tinham parado a sua atividade, por divergências com a atual Direção, regressam ainda hoje ao serviço, relacionando o facto com o anúncio de uma assembleia eleitoral antecipada.

"Fomos informados, pelo presidente da mesa da Assembleia Geral, de que foi convocada uma assembleia eleitoral para todos os órgãos sociais da associação, que se realiza a 24 de março. Sendo uma assembleia eleitoral antecipada, tudo leva a querer que haja uma saída da atual Direção", partilhou o comandante.

A agência Lusa tentou contactar a presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, Emília Furtado, para confirmar a eventual demissão da Direção, mas não obteve sucesso.

Joaquim Moreira esclareceu, a propósito, que ainda não recebeu "um comunicado formal" sobre a demissão da Direção, mas considerou que "só faz sentido haver uma assembleia eleitoral existindo a saída dos atuais órgãos sociais da associação".

"Não sei esta seria a única solução, mas acho que é a de melhor senso. Face à forma com as coisas decorreram, creio que será solução mais ponderada para se poder responder ao problema, chamando os sócios a candidatarem-se e apresentarem soluções para a gestão", apontou o responsável pela corporação.

O comandante está, sobretudo, satisfeito pelo regresso de alguma estabilidade ao funcionamento da corporação, reconhecendo que os últimos tempos foram de dificuldade na gestão dos recursos e no prestar de socorro à população.

"Se todos juntos já temos dificuldades em responder à totalidade dos serviços, imagine-se o que é com toda esta gente parada. A existência de voluntários é muito importante, sobretudo no período de noite e fim de semana, o que não estava a ser possível", lembrou.

Num balanço desta situação, Joaquim Moreira apelou aos sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde "que acompanhem mais a instituição e se envolvam com maior atenção nas decisões que precisam de ser tomadas".

O contingente de voluntários dos Bombeiros de Vila do Conde tem apontado nos últimos meses "um clima de crispação" na corporação, que, segundo eles, "vem desde que os atuais órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde tomaram posse".

Em 10 de fevereiro, e depois de não terem sido ultrapassadas as divergências, cerca de 60 voluntários "apresentaram um pedido de inatividade do quadro" deixando o contingente muito deficitário, e com capacidade de resposta ao socorro muito condicionada.