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Terreno em Vidigueira de onde família cigana foi retirada é municipal

O terreno de onde uma família de etnia cigana foi hoje retirada pela GNR, em Vidigueira (Beja), pertence ao município e a ação da força de segurança visou resolver uma "situação ilegal de campismo selvagem", segundo a guarda.

Terreno em Vidigueira de onde família cigana foi retirada é municipal
Notícias ao Minuto

20:20 - 20/02/18 por Lusa

País GNR

A SOS Racismo acusou a GNR de ter perseguido e agredido desde sexta-feira uma família de etnia cigana, composta por 25 membros, incluindo oito crianças, e de a ter expulsado hoje com "violência" do acampamento onde vivia num terreno nas imediações de Vidigueira, no distrito de Beja.

"O terreno é da Câmara de Vidigueira, que, logo que teve conhecimento da saída da família", na sequência da ação da GNR, "entrou em contacto com ela para encontrar soluções alternativas para se fixar", explicou hoje ao final da tarde à agência Lusa o chefe de gabinete do presidente do município, Miguel Ramalho.

Segundo o responsável, a autarquia apresentou dois terrenos alternativos também propriedade do município e situados nas imediações da vila para a família fixar acampamento, mas "a família recusou instalar-se em qualquer um deles".

Contactado hoje de manhã pela Lusa, Miguel Ramalho tinha-se limitado a dizer que os serviços sociais da autarquia estavam a acompanhar a situação e a tentar encontrar uma solução alternativa para a família se fixar.

Também contactado hoje de manhã pela Lusa, o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, capitão Daniel Ferreira, tinha repudiado e negado as acusações feitas pela SOS Racismo.

Na altura, o capitão explicou que a família estava num acompanhamento que fixou num terreno que "não era da sua propriedade" e "a atuação da GNR passou simplesmente por respeitar o direito de propriedade" e a pedido do proprietário para ajudar a retirar a família do terreno.

Entretanto, novamente contactado pela Lusa ao final da tarde de hoje, o capitão esclareceu que a ação da GNR não partiu de um pedido direto da Câmara de Vidigueira.

"A GNR suspeitou que o acampamento onde vivia a família estaria instalado de forma ilegal, não respeitando o regulamento municipal e o regulamento relativo a campismo selvagem", explicou.

Por isso, disse, "a GNR questionou a câmara sobre se o acampamento estava instalado em terreno municipal e em situação legal e ficou a saber que não tinha autorização e que se tratava de uma situação ilegal de campismo selvagem".

Porque se tratava de uma situação ilegal, a GNR contactou várias vezes a família com o objetivo de levantar o acampamento e abandonar voluntariamente o terreno, que estava a ocupar e que não é da sua propriedade.

Como tal não aconteceu, "a GNR desenvolveu hoje de amanhã uma ação com o intuito de a família abandonar o terreno", o que acabou por acontecer, explicou o capitão, referindo que "a ação decorreu com normalidade e não houve nenhum foco de tensão, nem violência e agressões por parte de militares da GNR a qualquer membro da família".

Os contactos junto da família e a ação de hoje da GNR "não partiram de um pedido direto" da Câmara de Vidigueira, mas "tudo foi feito em coordenação" com a autarquia, porque "se o município tivesse autorizado o acampamento não se teria feito nada", frisou o capitão.

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