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Ranking: Os resultados, as reações (negativas) e as curiosidades

O ranking das escolas portuguesas já foi divulgado e trouxe a público os resultados dos alunos portugueses.

Ranking: Os resultados, as reações (negativas) e as curiosidades
Notícias ao Minuto

08:36 - 03/02/18 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País Educação

O Ministério da Educação divulgou, a partir do portal InfoEscolas, o ranking das escolas portuguesas no ano passado, tendo como base os exames nacionais. Os resultados analisados pela agência Lusa revelam que as escolas secundárias públicas subiram no ranking, porém apenas aparecem no 28.º lugar.

Ensino Secundário

Deste modo, os 30 primeiros lugares são preenchidos por 27 escolas privadas, apesar de no ano passado os alunos das escolas secundárias públicas terem melhorado, enquanto os estudantes do privado tiveram uma ligeira descida na média.

A primeira escola pública surge em 28.º lugar, graças aos estudantes da Secundária Garcia de Orta, no Porto, que fizeram 796 exames e obtiveram uma média de 12,91 valores.

Apesar das diferenças sentidas no ano passado, e das melhorias no setor público, 85% dos colégios tiveram média positiva contra 73% das escolas públicas.

9.º Ano

O ano transato vem comprovar que houve uma melhoria nos resultados dos exames nacionais, contudo, em mais de 70% das escolas, os alunos do 9.º ano e do secundário chumba pelo menos um ano ou tem negativa nas provas

No que toca ao 9.º ano, seis em dez escolas tiveram resultados negativos, a maioria concentrada nos 1.003 estabelecimentos de ensino públicos, entre as 1.221 que fizeram exames no ano passado.

Mais ainda, os resultados demonstram que 67% das escolas públicas não conseguem atingir a positiva nos exames de Português e Matemática do 9.º ano. Já entre as 218 escolas privadas que fizeram exames do 9.º ano a larga maioria (72%) obteve notas positivas.

Na totalidade dos estabelecimentos de ensino, as escolas conseguiram média positiva a Português e negativa a Matemática no 9.º ano. Sabe-se que 52,49% das escolas - 641 num universo de 1.221 escolas - obtiveram uma média igual ou superior a 3 no exame de Português, o limiar da positiva nas avaliações do 3.º ciclo. A nota média a esta disciplina foi de 3,25.

Já a Matemática, apenas 36,61% das escolas chegaram a um nível positivo - 447 em 1.221 escolas - com a média nos exames a ficar-se pelos 2,85.

Rankings das escolas são positivos?

A ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues defende que os 'rankings' das escolas são "um indicador pobre e redutor", sem utilidade para avaliar a qualidade do trabalho que estas produzem e que "só servem para angustiar as famílias".

"Os rankings não servem para identificar problemas nas escolas, não têm essa finalidade. Os 'rankings' são baseados na média obtida pelos alunos exames e isso é muito insuficiente, muito pobre, muito redutor, não revela nada sobre as escolas, não revela nenhum problema, não diz nada", defendeu em declarações à Lusa a ex-ministra e investigadora na área da Educação.

Já a Fenprof acredita que a divulgação dos 'rankings' das escolas com base nas médias dos exames é "um ritual em desgaste" que simula que procede "de forma séria, pretensamente científica à avaliação das escolas portuguesas".

"Trata-se de métodos que não concedem virtude ao que não a tem: esta não é a forma de avaliar escolas, de traduzir o seu rendimento efetivo, de atestar o modo como preparam os seus alunos para a vida. Os resultados dos exames são apenas um de muitos indicadores que expressam a complexa realidade em que vivem as escolas portuguesas", defende a federação sindical em comunicado enviado à Lusa.

Curiosidades no ranking das escolas

Inflação de resultados

Desde 2012 que 16 escolas secundárias dão sempre notas mais altas do que seria esperado, segundo dados do Ministério, que revelam ainda que há mais duas escolas com este procedimento em relação ao ano anterior.

Os colégios são quem mais inflaciona as notas: das 16 escolas, 13 são privadas e três são públicas, um procedimento que pode permitir a um aluno passar à frente no acesso ao Ensino Superior.

O 'reforço' trouxe resultados

A Secundária de Porto de Mós está este ano entre as melhores públicas do país, apesar da baixa escolaridade média das mães dos alunos, e a receita passa pelo reforço de aulas e apoio para as disciplinas chave.

Apesar de sublinhar que os resultados positivos alcançados nos últimos anos também dependem "muito dos alunos" que o estabelecimento tem em cada ano, o responsável acredita que parte do sucesso pode ser explicado por algumas características da escola e medidas que têm vindo a ser implementadas.

Raparigas vs. Rapazes

As raparigas tiveram, em média, 11 valores nos exames nacionais enquanto eles obtiveram 10,7 valores numa escala de zero a 20, segundo uma análise feita pela agência Lusa aos mais de 211 mil exames realizados no ano passado.

Nas 18 disciplinas analisadas, os rapazes conseguiram ter melhores notas em apenas quatro: a Geometria Descritiva, tiveram em média de mais dois valores do que as raparigas; a Inglês a diferença foi de sete décimas; a Geografia A as notas foram quase 5 décimas acima e a Biologia e Geologia a diferença foi de mais uma décima.

A aluna que faz escola subir 800 lugares

As notas obtidas por uma só aluna podem fazer uma escola subir mais de 800 lugares no 'ranking' de exames do 9.º ano, como se verificou em Alcoutim, distrito de Faro, observou o diretor do estabelecimento.

A Escola Básica Integrada de Alcoutim uma subida de 833 lugares, passando da posição 1.165 para 332. Esta foi a segunda maior subida a nível nacional, atrás do Colégio Encosta Nova, no Porto, que em 2016 ocupava a posição 1.127, subiu 968 lugares e ficou classificada agora na 159.

António Amorim, diretor do Agrupamento de Escolas do Concelho Alcoutim (AECA), explicou à Lusa que a subida verificada em 2017 "é pontual e prende-se com o número de alunos que realizou as provas (quatro) e o facto de uma aluna se ter destacado com 85% a português e 96% na disciplina de matemática, o que contribuiu para aumento da média geral da escola".

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