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Ambientalistas rejeitam morte de peixes por algas. Problema é a poluição

O Movimento pelo Tejo - proTEJO rejeitou a ideia de que a mortandade de peixes verificada no Rio Tejo em outubro tenha tido origem em algas, apontado as descargas poluentes em Vila Velha de Rodão como causadoras do sinistro ambiental.

Ambientalistas rejeitam morte de peixes por algas. Problema é a poluição
Notícias ao Minuto

18:01 - 24/11/17 por Lusa

País Tejo

"Dizer que a mortandade de peixes se deveu às algas é incorreto porque a eutrofização das águas e as microalgas devem-se à poluição e são o resultado combinado da água estagnada, de temperaturas elevadas e, principalmente, do excesso de nutrientes gerado pela poluição da agricultura intensiva, das águas residuais urbanas e dos efluentes industriais", disse à agência Lusa o porta-voz do movimento ambientalista, com sede em Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém.

Paulo Constantino reagia assim à notícia da Lusa sobre o relatório técnico-científico do Laboratório de Patologia de Animais Aquáticos, pertencente ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), e que aponta as microalgas como responsáveis pela recente mortandade de peixes no rio Tejo, em Vila Velha de Ródão.

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, explica que no exame anátomo-patológico efetuado aos peixes verificou-se a presença de microalgas Cyanobacteria, Microcystis aeruginosa Kg.

"Em 20 setembro e 17 outubro passados foram analisadas amostras de peixe com a mesma proveniência do peixe desta amostra, tendo sido elaborados os respetivos relatórios (?.) e onde consta ter sido identificada a alga acima referida [Cyanobacteria]", lê-se no documento, que acrescenta que a amostra foram 17 peixes (alburnos) recolhidos na barragem do Fratel.

"Apontar as razões da mortandade de milhares de peixes às algas é desviar as atenções dos principais poluidores da bacia do Tejo, desde logo as fábricas de Vila Velha de Ródão que continuam a poluir as águas do rio", em Castelo Branco, "sendo que o proTEJO gostaria de saber se as vistorias efetuadas à Centroliva também foram feitas à Celtejo, e quais os resultados das mesmas", afirmou o ambientalista.

Segundo a leitura do proTEJO, a análise anátomo-patológica do IPMA "apenas afirma que os filamentos branquiais se encontravam colmatados por matéria sólida e a presença de microalgas, não afirmando que foram as algas a causar a morte dos peixes. Apesar das microalgas poderem ter contribuído, nunca seriam a única causa da morte dos peixes", reiterou.

Paulo Constantino defendeu que as autoridades "deviam tratar deste assunto como um grave problema de saúde pública e fazerem todas as análises de toxicidade aos peixes, aos mortos e aos vivos, e aos produtos agrícolas, análises que são necessárias para acautelar a saúde pública e para o devido esclarecimento e proteção das populações".

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