"Não foi apresentada qualquer fundamentação" para a mudança da Infarmed
A Comissão de Trabalhadores apresentou, ao início da noite desta quarta-feira, os motivos pelos quais não concorda com mudança de instalações, vincando que a quase totalidade dos funcionários do Infarmed não concorda com a transferência para o Porto.
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País Comissões
A Comissão de Trabalhadores do Infarmed, que está na sua maioria contra a mudança das instalações da empresa de Lisboa para o Porto, acaba de realizar uma conferência de imprensa onde se refere a esta mudança como uma “situação inesperada”.
Segundo o porta-voz da comissão, Rui Spínola, “não foi apresentada qualquer fundamentação técnica para esta mudança” e existem cinco grandes riscos que podem advir da mesma, alertou.
Em primeiro lugar, irão perder-se “quadros técnicos altamente especializados com conhecimento e experiência acumulados ao logo de 25 aos de funções”, destacou, sustentando que "a perda deste conhecimento terá inevitavelmente impacto na continuidade das atividades”.
A Comissão defende, ainda, que “a transferência prejudica a articulação e coordenação interna e externa com as instituições públicas e privadas”, e alega que "nos encontramos num período crítico europeu na sequência do Brexit, que exige no imediato o aumento da participação com a Agência Europeia Do Medicamento, sendo determinante não colocar em risco a estabilidade das equipas experientes que constroem o reconhecimento do nosso desempenho a nível europeu".
Para os trabalhadores existe também o risco da mudança se traduzir “numa perda de competitividade” que irá enfraquecer a empresa, registando-se na sequência disso a “perturbação nas actividades nacionais e internacionais”.
A quase totalidade dos funcionários do Infarmed não concorda com a transferência da instituição para o Porto e 92% dizem mesmo estar indisponíveis para a mudança, adiantou o coordenador da comissão de trabalhadores.
Os trabalhadores da instituição vão pedir reuniões com o Presidente da República, com o primeiro-ministro e com os grupos parlamentares para analisar esta decisão do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que classificam de "inesperada e extemporânea", ressalvando que não se trata de uma tomada de posição contra a cidade do Porto.
Durante o plenário de trabalhadores hoje realizado foi feito uma "sondagem" e num total de 321 respostas, 312 colaboradores (97%) responderam que não concordam com a decisão de mudança do Infarmed e 291 (92%) responderam que não estão disponíveis para integrar esta transferência.
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