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Quercus não quer 'pulmão de Leiria' nas "mãos de privados"

Os incêndios que fustigaram, no último domingo, as regiões Norte e Centro, queimaram mais de 12 mil hectares no Pinhal de Leiria. Apagadas as chamas, a preocupação da Quercus é agora outra.

Quercus não quer 'pulmão de Leiria' nas "mãos de privados"
Notícias ao Minuto

18:20 - 20/10/17 por Ana Lemos

País Incêndios

A chuva dos últimos dias deu uma ajuda preciosa às centenas de operacionais que, desde o fatídico domingo (dia 15), estiveram no terreno a tentar fazer frente àquele que se viria a tornar no pior dia do ano em número de incêndios em todo o país, mas em particular nas regiões Norte e Centro.

Extintos os incêndios, fica o rasto negro dos milhares de hectares de floresta ardidos. É o caso do Pinhal de Leiria, também conhecido como ‘Pinhal do Rei’, que, segundo número avançados pelo autarca da Marinha Grande, perdeu mais de 12 mil hectares. Mas se tal é fator de preocupação para muitos, a outros tantos “aguça o apetite”, nomeadamente “de várias entidades privadas”.

Esta é a preocupação da Quercus que teme que tal se venha a concretizar no Conselho de Ministros extraordinário, agendado para amanhã.

“O Pinhal de Leiria é referenciado como uma importante área florestal desde os tempos de D. Dinis e já existe em forma semelhante à atual pelo menos há 500 anos”, recorda a associação ambientalista, sublinhando que “ao longo dos séculos (…) sofreu numerosas catástrofes, como incêndios e ciclones”.

Por esse motivo, sustenta a Quercus, em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, “o recente incêndio, que devastou parte substancial do parque de Leiria, não pode servir de desculpa para que de forma apressada e irrefletida se adotem medidas que venham afastar a sua gestão da esfera do Estado”.

“Nos últimos anos, várias empresas de celulose e outras têm assediado os sucessivos governos no sentido de obterem contratos de arrendamento ou de exploração de áreas florestais regidas pelo Estado, alegando que ‘a gestão florestal privada é melhor do que a pública’”, uma ‘ameaça’ que preocupa a Quercus.

Acontece que os incêndios deste ano “queimaram também vastas áreas das empresas de celulose ALTRI e Navigator e de Fundos Imobiliários de Investimento Florestal”, considerando a associação ambientalista que fica assim “demonstrado que a gestão de áreas florestais por parte de entidades privadas também não é a solução milagrosa”.

Torna-se assim preponderante, na véspera do Conselho de Ministros, a Quercus fazer um alerta: o “Governo não deve ter pressa” e “não deve ceder às pressões mediáticas e aos múltiplos grupos de interesse”. Tal postura “não é prudente” nem aconselhável de ser tomada “no espaço de uma semana”, particularmente quando em questão está “o destino da principal Mata Nacional, a ‘Joia da Coroa”.

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