"Uma falta de segurança recorrente no Ministério da Educação e Ciência", "especialmente grave", afirma a porta-voz da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), Clara Guerra, esteve, ontem, na origem da divulgação no site da DGAE de dados sobre a saúde dos cerca de 270 docentes, que se candidataram a mudança de escola devido a doença incapacitante.
Este “erro informático” foi denunciado ao Público por Arlindo Ferreira, autor do blogue ‘DeAr Lindo’, e pelo dirigente do Sindicato dos Professores do Norte (SPN), João Paulo Silva, e ao final da tarde confirmado pelo gabinete de imprensa do Ministério de Nuno Crato: "A informação esteve de facto disponível por alguns minutos devido a um erro informático, mas este foi rapidamente detectado e corrigido".
"Eu próprio confirmei a possibilidade de acesso ao nome do professor, ao tipo de doença e ao número da cédula do respectivo médico", revela Arlindo Ferreira ao Público.
O dirigente do SPN considera que, "desta vez, foram ultrapassados todos os limites”, sublinhando que “não estamos a falar do número do Bilhete de Identidade, mas de dados sobre o estado de saúde de pessoas que já estão muito fragilizadas".
Ao Público, Clara Guerra reconhece que "há vários anos que, com alguma frequência, se verificam problemas do mesmo género" nos sites do Ministério da Educação e Ciência, mas promete que este caso, que classifica de “especialmente grave por estar em causa a protecção de dados de saúde, considerados sensíveis,” será investigado.