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Governo patrocina atribuição de 12 bolsas universitárias a refugiados

O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, patrocinou hoje a assinatura de um protocolo para a atribuição de 12 bolsas para frequência do ensino superior destinadas a estudantes refugiados do programa de recolocação, gesto que assumiu representar "uma migalha mais para um mundo melhor".

Governo patrocina atribuição de 12 bolsas universitárias a refugiados
Notícias ao Minuto

14:52 - 26/07/17 por Lusa

País Protocolo

O protocolo, assinado entre o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) e a Associação Plataforma Global para os Estudantes Sírios (APGES), dá expressão a um número "manifestamente modesto", sublinhou também o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que assinou o documento na qualidade de presidente daquela associação.

"Este número é manifestamente modesto. Tudo isto é modesto", afirmou o antigo chefe de Estado.

Sampaio fez ainda assim a pedagogia dos "pequenos passos" balizados por números concretos, ainda que "modestos".

É bom referir que são 12. (...) É bom dizer um número. Porque não dizer números nenhuns, não ter objetivos, não ter responsabilidades é também negativo", sublinhou Sampaio.

"E portanto, se a gente se agarrar a situações concretas, porventura pequenas 'to begin' [para começar], depois vai-se ampliando, vão-se criando sinergias, vão-se criando conhecimentos. Há uma infinidade de instituições que estão disponíveis e que é preciso mobilizar para tudo isto", defendeu o antigo chefe de Estado.

Em declarações à agência Lusa no final do evento, o ministro Adjunto reconheceu que "Portugal precisa de, face até ao problema demográfico com que se confronta, atrair migrantes", e sobretudo, "atrair migrantes qualificados, que terão um efeito positivo no rejuvenescimento da sociedade portuguesa e no reforço das qualificações".

Neste sentido, Eduardo Cabrita qualificou este evento como ilustrativo de "uma migalha mais" -- reiterando uma expressão utilizada no discurso que antecedeu a assinatura do protocolo - "num caminho que tem unido a sociedade portuguesa e é fundamental que continue a ser um traço de união entre todos os setores da sociedade portuguesa".

O governante deixou, no entanto, claro que "há capacidade para acolher todos aqueles que necessitem". Este número é respeitante apenas "àqueles que estão na primeira fase do programa de integração", disse.

Como prova do compromisso do Governo com as políticas de inclusão, Cabrita referiu no seu discurso no evento e repetiu em declarações à Lusa que o Executivo atribuiu este ano, pela primeira vez, 25 bolsas para frequência do ensino superior a mulheres ciganas. "Temos nas várias frentes de apostar numa dimensão de inclusão", sublinhou.

Por outro lado, reforçou ainda, "Portugal tem um grande compromisso com o esforço europeu de acolhimento de refugiados. Portugal tem-se destacado pela forma como tem aberto as suas comunidades, as suas cidades, as suas vilas. Nós temos hoje refugiados em 95 municípios".

O ministro considerou que a "educação, a aprendizagem do português e o acesso ao mercado de trabalho são hoje os principais desafios do acolhimento" e porventura parte da explicação do facto de quase metade dos mais de 1300 refugiados de guerra que Portugal recebeu desde o final de 2015 não terem ficado no país.

Mas "essa circulação em função de horizontes de vida", sublinhou à Lusa, "é um fenómeno global em todos os países europeus". "A aposta das instituições é continuar a acolher. Esses refugiados são livres no espaço europeu. Portugal continua a acolher refugiados. Destacamo-nos, aliás, pela forma como estamos entre aqueles que a Comissão Europeia reconhece como liderando este esforço de acolhimento", disse ainda.

"Este esforço de integração de migrantes, de coesão social é um elemento fundamental da forma portuguesa de estar no quadro europeu. Na Europa e no mundo a diferença está entre aqueles que acolhem, com uma participação solidária e envolvimento de todos, e aqueles que, violando os princípios europeus, pretendem estabelecer novos muros", acusou Eduardo Cabrita.

Neste aspeto, "Portugal foi o país que concedeu a nacionalidade a mais pessoas que a pediram nos últimos anos. Tivemos nos últimos dez anos, desde que a lei da nacionalidade mudou, 400 mil pessoas que acederam à nacionalidade portuguesa", ilustrou.

O protocolo hoje assinado por Jorge Sampaio e pelo Alto Comissário para os Refugiados, Pedro Calado, destina-se a refugiados que chegaram a Portugal no último ano e meio, ao abrigo do programa europeu de recolocação de refugiados acolhidos em campos na Grécia e em Itália, fundamentalmente sírios iraquianos e eritreus e que têm condições de acesso ao ensino superior.

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