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Manuel Clemente "contente e de certa maneira aliviado"

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Clemente, afirmou hoje estar "contente e de certa maneira aliviado" com os resultados da primeira volta das eleições presidenciais francesas.

Manuel Clemente "contente e de certa maneira aliviado"
Notícias ao Minuto

12:45 - 24/04/17 por Lusa

País CEP

"Relativamente surpreso, porque as indicações já iam mais ou menos nesse sentido, mas contente, claro está, e de certa maneira aliviado, porque a extrema-direita não teve a primeira intenção de voto e porque também todos os outros candidatos - ou quase todos - agora se propõem reforçar a eleição de Macron", disse à agência Lusa Manuel Clemente, em Fátima, no distrito de Santarém.

Para o cardeal-patriarca de Lisboa, "é bom para a França, porque só com um clima de integração e desanuviamento e de entendimento entre os vários grupos culturais, religiosos, é que se constrói qualquer país que seja e a França muito em particular, pelo lugar tão central que tem em tudo isto".

Segundo Manuel Clemente, é igualmente positivo para a Europa, "porque a visão (...) que Macron apresenta é, pelo menos, uma boa maneira de também aí desanuviar o horizonte e se conseguir um passo em frente naquela Europa que todos" desejam.

O presidente da CEP considerou, por outro lado, que a Europa "tem que se reencontrar à base daqueles valores que também a originaram, os valores que depois da II Guerra Mundial e para evitar novos conflitos estiveram na base da construção europeia".

"São valores de solidariedade entre os vários povos europeus, respeitando cada um naquilo que é e naquilo que quer ser, mas no conjunto, também em termos de direitos humanos, em termos daquilo é a melhor tradição europeia como integração de tantos povos que aqui encontraram caminho e que também connosco são europeus, este é que é o caminho a seguir", declarou o cardeal-patriarca.

Sobre o crescimento da extrema-direita em França, Manuel Clemente declarou estar "mais preocupado com as razões que levam a esse tipo de crescendos eleitorais e de expressão política".

"Há insatisfação de grande parte da população, uma parte considerável, expectativas de todo o tipo, sociais e económicas que não são resolvidas, e as pessoas ficam muito propensas a qualquer discurso mais simplista que foque também um objetivo muito preciso, ainda que negativo, ou excludente de outros, que encontre bodes expiatórios para essas mesmas frustrações", considerou.

Para o presidente da CEP, "este tipo de discurso, quando há descontentamento entre a população, é um discurso que vinga, que singra".

Reiterou estar preocupado "com as razões ou com as causas que dão origem a este tipo de discurso e à relativa adesão que eles têm", o que se obvia "com mais Europa, mais democracia, mais economia, mais solidariedade".

O centrista Emmanuel Macron lidera a primeira volta das presidenciais francesas com quase mais 2,5 pontos percentuais do que a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, quando estavam apurados 97% dos sufrágios.

Segundo os dados do Ministério do Interior, quando falta apurar apenas 3% dos votos, Macron obteve 23,86% dos votos, enquanto Le Pen conquistou 21,43%.

Macron e Le Pen disputam a presidência na segunda volta, dentro de duas semanas, a 07 de maio.

Em terceiro lugar ficou o conservador François Filon, com 19,94%, enquanto Jean-Luc Mélenchon (esquerda) obteve 19,62% dos votos.

O socialista Benoît Hamon obteve uma derrota histórica para o seu partido, com 6,35% dos votos.

SR (DM) // FPA

Noticias Ao Minuto/Lusa

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